quinta-feira, 16 de maio de 2024
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CONTRATOS TEMPORÁRIOS

Ex-secretário delata Emanuel por uso da Saúde como “canhão político”

As informações apontadas por Huark foram utilizadas como sustentação da deflagração da Operação Capistrum

Ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Corrêa afirmou que o prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB) firmou contratos temporários pela Secretaria Municipal de Saúde como “canhão político”.

Em acordo com o Ministério Público, o ex-gestor delatou que o prefeito contratou mais de 250 pessoas de forma temporária no ano de 2018 com a finalidade de atender interesses políticos próprios junto a vereadores.

A reportagem teve acesso à decisão que trouxe à tona a delação do ex-secretário. As informações apontadas por Huark foram utilizadas como sustentação da deflagração da Operação Capistrum, na manhã desta terça-feira (19), e que culminaram no afastamento de Emanuel e prisão de seu chefe de gabinete, Antônio Monreal Neto.

O “canhão político” delatado por Huark era uma moeda de troca e oportunizava a pessoas sem formação profissional a possibilidade de trabalharem vinculadas à prefeitura da Capital de forma temporária.

No acordo, Huark levou ao Ministério Público 259 contratos temporários firmados sem sua assinatura, como forma de demonstrar que, à época em que chefiava a pasta, não concordava com a forma das contratações, pois seriam “incompatíveis com as necessidades da Secretaria”.

Além disso, segundo Huark, havia também irregularidades na distribuição do Prêmio Saúde, sobretudo pela falta de parâmetro quanto à quantia paga a cada contemplado.

Na decisão que desencadeou a operação, uma das pessoas ouvidas durante a investigação apontou que o prêmio inclusive era conhecido como “mensalinho” e que a quantia paga era decidida de forma arbitrária – o que rendeu prejuízo estimado de R$ 16 milhões aos cofres públicos.

Exoneração de Huark

Huark Corrêa foi secretário de Saúde de Cuiabá entre março e dezembro de 2018, quando foi exonerado após ser alvo da Operação Sangria – que apurava irregularidades em contratos de prestação de serviços do setor médico.

Além dele, o adjunto de Gestão de Saúde Flávio Taques também foi exonerado de suas funções. Dias após a deflagração da Sangria, Huark foi preso na segunda fase da operação, em 18 de dezembro.

Operação Capistrum

A Justiça afastou o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), de suas funções públicas e prendeu o chefe de gabinete da prefeitura da Capital, Antônio Monreal Neto, na manhã desta terça-feira (19). A decisão atendeu a pedidos do Ministério Público de Mato Grosso por meio da Operação Capistrum, que também tem como alvo a primeira-dama da Capital, Márcia Pinheiro.

A ação foi deflagrada pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) com a determinação do desembargador Luiz Ferreira da Silva.

Além de Emanuel, também há medida de afastamento contra a secretária adjunta de Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza. Com a saída de Emanuel, o vice-prefeito José Roberto Stopa (PV) assume o comando do Executivo municipal.

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