CAMILA RIBEIRO – DA REDAÇÃO
Preso na manhã desta terça-feira (14) pela Polícia Civil, o servidor Jeferson da Silva Sancoviche foi exonerado da Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb) de Cuiabá.
A informação foi confirmada pela prefeitura da Capital.
Jeferson é suspeito de atuar como “testa de ferro” no esquema de lavagem de capitais do tráfico de drogas liderado por Paulo Witer Faria Paelo, conhecido como WT.
O servidor foi detido dentro da Secretaria Municipal de Obras – pasta para a qual estava cedido – nas primeiras horas na manhã de hoje.
Em nota, a prefeitura disse que o servidor havia sido aprovado em um processo seletivo e tomado posse do cargo há quatro anos.
Ele tinha um salário bruto mensal de R$ 3.643,12.
“Durante o processo de contratação, apresentou toda a documentação e certidões que comprovaram a ausência de registros criminais. Além disso, ao longo do período em que exerceu suas funções no cargo público, nunca apresentou condutas consideradas criminosas. A Limpurb procederá com a exoneração imediata do colaborador em questão”, cita o documento.
Apito Final
A prisão de Jeferson é fruto de desdobramentos da Operação Apito Final.
A GCCO identificou que ele constava como proprietário de um apartamento em um edifício de alto padrão em Cuiabá, contudo, quem passou a residir no imóvel foi Witer, logo após sair da Penitenciária Central do Estado, em dezembro passado, quando teve a progressão para o regime semiaberto autorizada pela justiça.
A GCCO apurou ainda que o servidor público não teria condições financeiras de adquirir um imóvel como o que constava em seu nome.
A Polícia Civil descobriu que dias antes da deflagração da Operação Apito Final, que levou a prisão de W.T, Jeferson foi ao apartamento e retirou do local objetos que pudessem comprometer o investigado, entre eles a tornozeleira, desativada.
Outro preso nesta terça é acusado de movimentar a tornozeleira do criminoso como se Witer estivesse em Cuiabá. Para isso, esse investigado ia ao apartamento, retirava o equipamento e o levava até o bairro Jardim Florianópolis nas ocasiões em que Witer estava em viagens ao litoral de Santa Catarina e Rio de Janeiro.
No dia 14 de março, a Polícia Civil apurou que a tornozeleira emitiu a localização em um colégio de alto padrão na Capital, onde o investigado foi levar a filha de Witer, que estuda no local. Porém, nesta mesma data, Paulo estava em Santa Catarina.
Além da movimentação criminosa do equipamento, foi constatado ainda que o acusado fez diversas movimentações bancárias por seus ‘serviços prestados, em quantias superiores a R$ 19 mil.