O secretário chefe da Casa Civil Mauro Carvalho classificou como “escândalo desumano” a deflagração de mais uma operação por suspeita de desvio de dinheiro público na Saúde de Cuiabá.
“O que a polícia apurou em mais essa operação é um absurdo. Pegou R$ 1 milhão dos cofres públicos da prefeitura de Cuiabá para comprar medicamentos, pagou pelos remédios e nenhum comprimido foi entregue. Tudo isso com nota fiscal fria. É muito grave e desumano com a população”, disparou Mauro Carvalho.
Para Carvalho, esse tipo de crime tem repercussão direta no cidadão.
“É remédio que falta na mesa de cirurgia. É paciente que corre o risco de não ser submetido a uma cirurgia porque não tem a medicação. E isso tudo foi feito durante a pandemia da covid. Usaram desse artifício, de um dos momentos mais frágeis do mundo, em que todos estavam em busca de medicamentos, para desviar dinheiro público para enganar a população”, reforçou.
Mauro Carvalho lembrou que a operação foi decorrente da apuração realizada pelo Gabinete de Intervenção. Segundo ele, em apenas oito dias de intervenção do Estado na Saúde da Capital muita coisa foi “retirada debaixo do tapete”.
“É por isso que estão tentando desacreditar o trabalho da intervenção determinada pelo Tribunal de Justiça a pedido do Ministério Público Estadual, na Secretaria Municipal de Saúde. Eles querem encobrir as falcatruas que fizeram. Em menos de 8 dias muita poeira foi retirada debaixo do tapete. Todo mundo sabia que havia problema, porque não é normal dever tanto, fornecedores, médicos, faltar medicamentos básicos, como dipirona, e não ter esquema por trás”, avaliou.
Carvalho ainda lembrou que os escândalos de corrupção se tornaram uma rotina na Prefeitura de Cuiabá.
“Temos um recorde em Cuiabá que nos envergonha muito. Somos a prefeitura com mais operações policiais. Só na saúde já são 8 operações policiais e três secretários presos. A população de Cuiabá precisa ser respeitada”.
Operação Hynos
A Operação Hypnos foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e prendeu preventivamente o ex-secretário de Saúde, Célio Rodrigues.
Além da prisão, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, dois afastamentos cautelares de exercício da função pública, além do sequestro de R$ 1.000.080.
A suspeita é que o grupo tenha desviado mais de R$ 1 milhão da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP).