quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
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Mendes cita operações e afastamentos de secretários: “há algo estranho na Prefeitura”

Governador rechaçou ilações de de que ele teria influência nas ações da Polícia Civil

O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que “algo estranho” ocorre na gestão do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que teve cinco secretários afastados em operações que apuram supostas irregularidades no Município.

O episódio mais recente – ocorrido na última semana – resultou na saída do então secretário Antenor Figueiredo, da pasta de Mobilidade Urbana.

Antenor foi alvo da Operação Sinal Vermelho, da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), que apura suposto dano ao erário na contratação dos chamados “semáforos inteligentes”.

“A Polícia Civil, como o Ministério Público têm que atuar onde há corrupção. Se está havendo corrupção em qualquer lugar, qualquer Prefeitura, tem que investigar”, disse Mendes, a ser questionado sobre o assunto.

“Agora, me parece que na Prefeitura de Cuiabá tem algo estranho, né? Cinco secretários afastados por corrupção. Está errada a Deccor? Está errado o Ministério Público? Ou está errada alguma coisa lá dentro? Isso que é a pergunta que tem que estar no ar”, emendou ele.

O governador também rechaçou ilações dando conta de que ele teria influência nas ações desbaratadas pela Polícia Civil, em razão de ser desafeto do prefeito da Capital.

“Nunca interferi, não interfiro, se me perguntarem o nome dos delegados que estão lá e dizer que eu ganho um carro zero, eu vou perder. Porque eu não sei. Nunca interferi”, disse.

Segundo Mendes,  a escolha dos membros do segundo escalão de sua gestão compete a cada um dos secretários responsáveis pelas pastas.

“Eu cobro dos secretários e eles têm o dever de escolher boas equipes porque o ‘pau vai comer no lombo deles’. E dou essa liberdade a todos. Falar qualquer coisa disso [interferência] é desviar o foco. Tem que justificar os problemas que estão lá”, afirmou.

Mendes disse, por fim, confiar nas investigações conduzidas no Estado e afirmou que eventuais casos de corrupção precisam ser investigados “doa a quem doer”.

“Acredito no Ministério Público. Espero que a Deccor, o Ministério Público Estadual, Federal, que o Tribunal de Contas façam o seu papel, doa a quem doer. Inclusive, se tiver dentro do meu mandato, dentro da nossa administração, qualquer ato errado…. pau no lombo’”.

“Nunca pedi, nunca mandei [cometer ilegalidades]. Então, tenho a tranquilidade de dizer isso. Nunca ninguém vai dizer: ‘Ah, estou fazendo isso aqui porque governador Mauro Mendes pediu’. Diferente de outros lugares, por aí, que existem notícias de corrupção que envolve muita gente”, concluiu.

Secretários afastados

Além de Antenor Figueiredo, outros quatro secretários de Emanuel Pinheiro já foram afastados em operações nos últimos anos.

São eles: Huark Douglas (secretário de Saúde); Alex Vieira Passos (Educação); Marcus Brito (procurador-geral do Município) e Luiz Antonio Possas de Carvalho (Saúde).

O afastamento de Huark, ocorrido em 2018, no âmbito da Operação Sangria ainda resultou na prisão do secretário. Ele foi acusado de desviar dinheiro por meio de contratos firmados pela Pasta.

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