A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou nesta segunda-feira (26), o pedido de autorização para uso emergencial da vacina russa Sputnik V, imunizante contra a Covid-19.
O governador Mauro Mendes (DEM) e outros 9 Estados haviam pedido autorização para importação emergencial de quase 30 milhões de doses do imunizante.
Mendes chegou a assinar, no último mês, um contrato para a compra de 1,2 milhão de doses.
Na ocasião, ele havia feito a projeção de que os primeiros lotes da vacina chegariam a Mato Grosso já no final deste mês.
O pedido de importação foi rejeitado, por unanimidade, após reunião de pouco mais de 5 horas.
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A agência reguladora apontou falta de dados básicos para análise do produto e falhas identificadas pela área técnica da Anvisa.
Tais erros, conforme a agência, podem comprometer a eficácia, segurança e qualidade da vacina.
Ainda de acordo com a Anvisa, a maioria dos países que autorizaram a aplicação da vacina não têm tradição na análise de medicamentos.
Uma das falhas mais graves apontadas pela Gerência de Medicamentos diz respeito a falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante.
No caso da vacina russa, ela é feita com adenovírus que causam resfriados em humanos. Eles são modificados para não serem capazes de se replicar depois que entram nas células humanas.
De acordo com o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da agência, Gustavo Mendes, durante o processo de cultivo desses vírus em laboratório, eles recuperaram essa capacidade de multiplicação.