O titular da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DPPP), Hércules Batista Gonçalves, afirmou que as investigações relativas à morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa estão sendo conduzidas de “forma técnica e sem paixões”.
Ele foi morto na noite de 1º de junho, por tiros disparados pelo vereador tenente coronel Marcos Paccola (Republicanos), durante uma confusão no bairro Quilombo.
Nesta quinta-feira (7), o delegado Hércules deu uma breve declaração à imprensa a respeito das investigações.
“O trabalho da DHPP está sendo desenvolvido de forma técnica, sem adentrar em paixões, sem adentrar em outras visões. Cada instituição cumpre seu papel. À DHPP, cabe definir autoria e materialidade do homicídio e é sobre esse homicídio que nosso trabalho está se desenvolvendo”, disse.
Sem precisar o número exato, o delegado disse que várias testemunhas do caso já foram ouvidas.
O vereador Paccola também já foi interrogado para apresentar sua versão dos fatos.
“Estão sendo produzidas várias provas periciais. Está sendo reexaminado todo o conteúdo das imagens e requisitamos novas imagens, justamente para que Polícia Civil possa se munir de todas informações possíveis para concluir investigação de formas exitosas, esclarecendo todos pontos obscuros”, afirmou.
Segundo o delegado, a expectativa é que os trabalhos sejam concluídos em 30 dias, podendo ser pedida eventual dilação de prazo.
Assassinato
Alexandre Miyagawa foi morto a tiros por Paccola próximo ao restaurante Choppão, em Cuiabá, na noite de sexta-feira (1).
Na versão apresentada pelo vereador, os tiros foram dados para preservar a vida das demais pessoas que estavam no local, uma vez que Miyagawa estaria com uma arma em punho e poderia atirar em populares.
Contudo, a atitude adotada pelo vereador tem sido contestada, sobretudo, por agentes do Socioeducativo.
Conforme noticiado pela reportagem, colegas de profissão de Miyagawa se reuniram em frente à Câmara nesta semana pedindo justiça e que o vereador fosse afastado.
No mesmo dia, a vereador Edna Sampaio (PT) protocolou pedido de afastamento de Paccola, apontando quebra de decoro por parte do parlamentar.