O deputado estadual Allan Kardec (PDT) criticou o apontamento feito pelo secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, de que Mato Grosso terá um déficit de R$ 250 milhões anual caso a proposta enviada pelo governo para isenção de alíquota dos aposentados seja aprovada.
Em entrevista ao Jornal da CBN Cuiabá, na manhã desta quarta-feira (26), o deputado negou que o déficit seja no montante citado pelo secretário e que o custo final da isenção não pode recair sobre o “lombo dos aposentados”.
Ainda segundo Kardec, caso a proposta apresentada pelo Estado avance e seja aprovada na Assembleia Legislativa, o valor que o governo deverá desembolsar para subsidiar a isenção será na ordem de um terço da taxa apontada pelo secretário.
Dessa forma, para o deputado, o montante final que recairia para o erário estaria dentro da capacidade financeira de Mato Grosso. Para sustentar seu apontamento, o parlamentar citou o atual momento superavitário das contas públicas do estado.
“Vou dar um exemplo: quando eu coloco R$ 1 da previdência do trabalhador, o governo coloca R$ 2. Quando eu deixo de colocar R$ 1, o governo coloca seus R$ 2 em uma rubrica chamada aporte. Então, de fato, o que tem desses números aí de perda é um terço do valor que o Rogério Gallo falou que é de fato de perda da arrecadação”, disse.
“E um terço do que ele falou cabe dentro do bolso do governo. Um terço do que ele falou cabe dentro da arrecadação superavitária de Mato Grosso. Um terço do que ele falou não deve estar no lombo do aposentado. A gente precisa encontrar outras alternativas de receita e não essa que aconteceu no ano passado, que é taxar o aposentado que já contribuiu com a arrecadação”, acrescentou o deputado.
Conforme noticiado pela reportagem, o secretário afirmou ainda que, em decorrência do déficit milionário, os contribuintes poderiam sofrer com aumento dos impostos a longo prazo para reparar o valor do “rombo” nas contas públicas.
Contudo, para Kardec, não há “nenhuma possibilidade” de aumento de impostos, sobretudo porque Mato Grosso já é o estado que mais cobra de seus contribuintes frente aos outros entes federativos no Brasil.
O parlamentar citou algumas das áreas das quais Mato Grosso é recordista em arrecadação e, por fim, apontou que o que deve ser melhorado é a cobrança dos “grandes sonegadores”.
“O governo entrou com a primeira pauta como sendo a revisão de impostos. Nós já temos a maior arrecadação de impostos do Brasil. Hoje, nós pagamos o maior imposto na energia elétrica, no gás de cozinha, no combustível. Então, não tem porque falarmos em aumento de impostos. O que precisamos fazer para melhorar a arrecadação é ir a fundo na questão dos grandes sonegadores”, finalizou o deputado.