A secretaria municipal de Saúde da Capital, Ozenira Félix, afirmou que defende que a apuração acerca dos remédios vencidos encontrados no Centro de Distribuição de Medicamentos de Cuiabá (CDMIC). Porém, para a gestora, a denúncia feita pelos vereadores da oposição ganhou contornos políticos.
Ao Jornal da CBN Cuiabá, nesta quarta-feira (5), Ozenira disse que sempre adotou uma postura transparente quanto às demandas dos vereadores da Câmara de Cuiabá. Contudo, voltou a apontar que os parlamentares que fizeram a denúncia agiram de forma “excessiva” e afirmou que a postura deles já adianta um possível interesse eleitoral.
Conforme noticiado pela reportagem, os vereadores Diego Guimarães (Cidadania), Maysa Leão (Cidadania), Tenente-coronel Paccola (Cidadania) e Michelly Alencar (DEM) denunciaram há duas semanas centenas de remédios vencidos no CDMIC.
O caso rapidamente ganhou visibilidade e a secretária Ozenira participou de sessão na Câmara para esclarecer a situação. À época, os vereadores aprovaram a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a denúncia, assim como outras instituições também iniciaram a apuração do caso.
Em entrevista à CBN Cuiabá, o vereador Diego Guimarães disse que Ozenira era uma boa secretária, mas que sofria por ser vítima da “gestão corrupta do prefeito”. Ao comentar a fala do parlamentar, a gestora respondeu que o chefe do Executivo municipal nunca a pediu “nada que não fosse ortodoxo”.
“Estou desde o começo da gestão e o prefeito nunca me cerceou. Nunca. Todas as vezes que levamos alguma situação em que nós fizemos levantamento e comprovamos ele mandou apurar. Eu não posso dizer que o prefeito me pediu para fazer diferente. Tanto que o pessoal fala que quando eu vou, tem um problema”, disse a secretária.
Ao ser questionada se a denúncia dos vereadores poderia ter contornos políticos, a gestora reiterou que o caso precisa ser apurado, mas disse que “já entramos na eleição”.
“Acredito que sim, estamos em um momento agora que já entramos na eleição. Isso tudo não invalida o problema. O problema existe, tem um medicamento vencido, não é pouco e precisa ser apurado. Só que nós precisamos apurar isso aí, enquanto técnica que atua há anos, precisamos apurar de verdade”, afirmou Ozenira.
“É simples a gente pegar uma meia dúzia e crucificar, acabar com a vida da pessoa e morreu o assunto vamos embora para casa achar o próximo escândalo. Geralmente se pega um grupo que não tem tanta expressão e quem efetivamente tem grande expressão fica para lá”, finalizou.