O ex-governador e ex-senador Júlio Campos (DEM) teceu críticas às ações do Ministério Público Estadual (MPE) em meio à pandemia da Covid-19, especialmente no que diz respeito aos pedidos de medidas restritivas a serem tomadas pelos gestores de Mato Grosso.
“O Ministério Público pode ser um órgão aconselhador, mas não querer assumir a administração. Neste sentido, há certo exagero na vontade de mostrar serviço ou de mostrar poder, força do Ministério Público”, disse o político, em entrevista à Rádio CBN Cuiabá.
“Em muitos municípios, os promotores querem ser prefeito sem ter voto, sem ser eleito. Isso gera uma nova crise, além da que já estamos passando”, emendou ele.
Segundo o democrata, os prefeitos vivem, inclusive, uma situação de temor com relação a eventuais ações que podem ser propostas pelo Ministério Público.
Mais do que, há também, conforme Júlio, muitos juízes que temem não acatar aquilo que é proposto pelos promotores.
“Hoje, o prefeito, as autoridades temem uma interferência do promotor em cada cidade. Ainda mais quando tem um juiz que tem medo de contrariar o que o promotor pede. Tem muitas cidades que acontece isso. Juiz temeroso em não acatar o que o promotor pede”, frisou.
Na visão do ex-governador, essas situações não se restringem a Mato Grosso. O cenário, segundo ele, se repete em todo o País.
“Há uma beligerância total. Uma briga total. Em Brasília, temos uma briga grande: Governo Federal, Judiciário, Congresso Nacional. Aqui no Estado, a mesma coisa. Vivemos um caos”, disse.
“Cada hora uma decisão, cada momento um decreto. A população está perdida, não sabe a quem obedecer, o que cumprir. E com isso, a rebeldia também começou a chegar à população. Muita gente já não está acatando nenhum decreto”, concluiu o ex-governador.
