Acusado de ter cometido injúria racial contra o preparador físico do União de Rondonópolis, o presidente do Nova Mutum, Anir Siqueira, pediu afastamento do cargo. O vice-presidente, Eudes Gomes Pereira, assume o comando do Azulão da Massa.
A diretoria do Nova Mutum divulgou nota em que confirma o afastamento do presidente e pede empatia com os fatos.
O texto publicado pelo clube destaca que Anir é empresário na região de Mutum, membro da direção Federação Mato-grossense de Futebol e “vem atuando brilhantemente em seu papel há anos”.
Ainda conforme o clube, “com objetivo da busca da verdade real e por razões pessoais, na tarde de ontem, requereu seu afastamento do cargo, para que o fato seja devidamente esclarecido”.
Ainda segundo a nota, a comissão técnica, diretoria e organização estão prontas para esclarecer todas as dúvidas em relação as acusações que pesam contra Siqueira.
O clube também afirmou que não compactua com qualquer atitude desrespeitosa, “quão mais, mas não exclusivamente no que tange à raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou deficiência”.
“Logo, diante de todo o ocorrido, busquemos nesse momento, a devida cautela nos comentários, posto que, antes do devido processo legal, um julgamento arbitral afasta a empatia, podendo acarretar danos irreparáveis aos envolvidos, além de promulgar o ódio e a discordância social”, acrescentou o texto.
O caso
O episódio teria ocorrido na partida entre Nova Mutum e União, no último domingo (31), no estádio Valdir Doilho Wons.
Em Boletim de Ocorrência registrado logo após o fim da partida, o preparador físico do Colorado, Jaques Douglas, alegou uma suposta injúria racial por parte do presidente do Azulão, Anir Siqueira.
De acordo com o que foi declarado, o episódio aconteceu antes mesmo de a bola rolar no duelo, vencido pelo União por 1 a 0. Assim que o jogo terminou, Jaques Douglas foi até a delegacia de Nova Mutum e registrou a queixa.
Leia a nota do clube na íntegra:
O Nova Mutum Esporte Clube, através de sua diretoria, tomou conhecimento do episódio relatado através das mídias sociais, no qual na data de 31 de outubro de 2021, o preparador físico do União Esporte Clube registrou um Boletim de Ocorrência alegando ofensas proferidas pelo Presidente deste clube, onde este haveria proferido palavras que caracterizariam o fato de injúria preconceituosa.
Cabe aqui ressaltar que ao longo da formação do Nova Mutum Esporte Clube – fundado em 1988 – nunca ocorrera qualquer episódio semelhante. A diretoria pede a toda a sociedade, torcedores e amantes do futebol, as mais sinceras desculpas por tal envolvimento e publicidade negativa.
Infelizmente o fato que vem sendo veiculado nos mais diversos meios de comunicação, sem a devida empatia, cautela e respeito à imagem dos supostos envolvidos é deveras prejudicial e constrangedora.
O membro diretor suspeito, que é empresário local, membro da direção FMF e que vem atuando brilhantemente em seu papel há anos, com objetivo da busca da verdade real e por razões pessoais, na tarde de ontem, requereu seu afastamento do cargo, para que o fato seja devidamente esclarecido.
A comissão técnica, diretoria e organização se prontificam a esclarecer todas as dúvidas pertinentes ao assunto supramencionado, e afirmamos ainda que não pactuamos com qualquer atitude desrespeitosa, quão mais, mas não exclusivamente no que tange à raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou deficiência.
Seja no convívio societário, seja dentro ou fora do campo, devemos nos pautar tão somente na disputa cordial e profissional, deixando o ódio e a formação de opiniões desidiosas fora daquele que é o esporte mais popular e bonito do mundo. No clube temos como praxe o dizer de que a única diferença de cor é só a camisa dos jogadores.
Logo, diante de todo o ocorrido, busquemos nesse momento, a devida cautela nos comentários, posto que, antes do devido processo legal, um julgamento arbitral afasta a empatia, podendo acarretar danos irreparáveis aos envolvidos, além de promulgar o ódio e a discordância social.
Do Olhar Esportivo