A vereadora por Cuiabá, Michely Alencar (DEM), classificou como “fábrica de escândalos e de corrupção” a gestão da Saúde na Capital.
Na manhã desta sexta-feira (30), a Pasta foi alvo de uma nova operação, desta vez, deflagrada pela Polícia Federal e que apura fraudes em contratos da Saúde em meio à pandemia.
A ação resultou no afastamento do secretário Célio Rodrigues e do também secretário Alexandre Beloto, que respondia interinamente pela Gestão.
Com isso, a administração do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) acumula sete secretários afastados.
“É lamentável a situação da saúde de Cuiabá. É uma fábrica de escândalo e corrupção. O que nos chama atenção é que sai secretário, entra secretário e os escândalos vão se repetindo. O problema está na gestão Emanuel Pinheiro”, disse a vereadora.
Segundo ela, a pandemia criou um “cenário perfeito” para compras e contrações com dispensa de licitação.
“Em fevereiro deste ano, falei sobre o contrato milionário com a empresa Smallmed feito sem licitação. Ao todo, R$ 8 milhões para gerenciar leitos de UTI. E essa empresa tinha capital social de apenas R$ 99 mil. Um exemplo de contrato suspeito”, emendou a parlamentar.
Ainda conforme ela, Cuiabá entra para a lista de casos de corrupção envolvendo ações para combate à pandemia, por meio de direcionamento de licitação e contração.
“Empresas sendo criadas da noite para o dia e sem capacidade técnica ou financeira para os serviços que se propõe sendo contratadas. Quem está ganhando com isso?”, questionou.
A operação
A Operação Curare apura uma organização criminosa investigada pelo envolvimento em fraudes a contratações emergenciais e recebimento de recursos públicos a título “indenizatório” no âmbito da Saúde em Cuiabá.
A atuação do grupo se concentra na prestação de serviços especializados em saúde, especialmente em relação ao gerenciamento de leitos de unidade de terapia intensiva exclusivos para o tratamento de pacientes acometidos pela Covid-19.
As empresas investigadas fornecem orçamentos de suporte em simulacros de procedimentos de compra emergencial, como se fossem concorrentes. Contudo, a investigação demonstrou a existência de subcontratações entre as pessoas jurídicas, que, em alguns casos, não passam de sociedades empresariais de fachada.
Simultaneamente ao agravamento da pandemia provocada pelo vírus Sars-CoV-2, o núcleo empresarial passou a ocupar, cada vez mais, postos chaves nos serviços públicos prestados pela Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, assumindo a condição de um dos principais fornecedores da prefeitura de Cuiabá, com pagamentos ao grupo que superam 100 milhões de reais entre os anos de 2019 a 2021.