A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (18), no Tocantins, a terceira fase da Operação Sisamnes, que apura o vazamento de decisões judiciais do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A operação teve início após a apreensão do celular do advogado Renato Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá.
Entre os alvos dessa nova fase estão o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, assessor jurídico do Ministério Público do Tocantins (MPTO) e sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), e o procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva. Thiago foi preso.
Segundo as investigações, foi identificada uma rede clandestina de monitoramento, comércio e repasse de informações sigilosas sobre o andamento de investigações sensíveis supervisionadas pelo STJ, frustrando, assim, a efetividade das deflagrações das operações policiais.
No total, os policiais federais cumprem um mandado de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão, no Tocantins, além das medidas de afastamento das funções públicas, proibição de contato e saída do país, e recolhimento de passaportes.
As ordens foram determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A Operação
Na primeira fase da Operação Sisamnes, realizada em novembro de 2024, a PF prendeu o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e cumpriu mandados de busca e apreensão contra os desembargadores Sebastião de Moraes e João Ferreira Filho, que passaram a ser monitorados por tornozeleiras eletrônicas.
Essa fase da operação focou em um suposto esquema de venda de decisões judiciais, envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e os magistrados.
Já a segunda fase, realizada em dezembro do ano passado, investigou o crime de lavagem de dinheiro decorrente do esquema de venda de decisões judiciais revelado com a deflagração da 1ª fase.