A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (8), em Colniza, na região noroeste de Mato Grosso, três homens – pai e dois filhos, investigados por um homicídio ocorrido no município.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra os envolvidos e a Justiça decretou, ainda, a quebra do sigilo de dados telemáticos contra os três investigados.
A vítima, Francisco Eduardo Borralho da Silva, de 35 anos, foi encontrada morta, com disparos de arma de fogo, no último dia 02 de março, em uma avenida da cidade.
Durante a investigação na cena do crime a equipe policial encontrou um chinelo e um boné na calçada da casa dos três investigados.
Ao perguntar se alguém da residência havia visto algo em relação ao crime, o dono da casa e seus dois filhos se limitaram a responder que não tinham escutado nada e que iriam para a fazenda naquele momento.
A residência tinha câmeras de monitoramento e a Polícia Civil solicitou as imagens na tentativa de esclarecer a execução.
O dono da residência respondeu que as câmeras não estavam funcionando, entretanto, demonstrou nervosismo neste momento.
Posteriormente, a polícia acabou apurando que o dono da residência mentiu, pois, as câmeras estavam em funcionamento.
Dinâmica da execução
Em análise das imagens, os investigadores viram que, no dia do crime, a vítima ficou parada por alguns segundos em frente à casa dos investigados, depois foi em direção ao portão da residência, voltou para a frente da casa do lado e ficou parada no meio da rua por um tempo.
As imagens mostram ainda que minutos depois, a vítima retorna em direção à casa dos investigados, mas sai e vai para o outro lado da rua, como tivesse indo embora.
Nesse momento, uma câmera mostra que duas pessoas saem da casa e cercam Francisco Eduardo no meio da rua.
A vítima tenta escapar dos seus agressores e sai correndo, deixando cair o boné e chinelo, quando é atingida por disparos de arma de fogo e cai na rua.
Embaraço à investigação
O delegado de Colniza, Giuliano Bertucini, explica que o modo de agir dos investigados, quando requeridas as imagens das câmeras de segurança da residência para análise, demonstrou a tentativa de atrapalhar a investigação.
Além da negativa em ceder as imagens, eles tentaram obter novo sistema de armazenamento para substituir aquelas do dia em que ocorreu o homicídio.
Na decisão que decretou as prisões preventivas, as buscas e quebra de sigilo telefônico, o juiz da Comarca de Colniza, Luiz Antônio Muniz Rocha declarou que na análise dos elementos obtidos na investigação é possível aferir indícios de autoria delitiva dos investigados.
“A dinâmica dos fatos relatados pelos investigadores de polícia, consubstanciada com as imagens de monitoramento, levam à conclusão lógica da existência de materialidade e indícios suficientes de autoria. Ainda que não se consiga visualizar a face dos acusados nas imagens, estas demostram, claramente, que os suspeitos saem e entram na casa dos representados, antes e após a morte da vítima”, diz trecho da decisão.
As buscas foram cumpridas na residência dos investigados e na propriedade rural.
Os materiais apreendidos, como celulares, sistema de câmeras de segurança, entre outros, serão analisados pela equipe da Delegacia da Polícia Civil, a fim de instruir o inquérito.
A motivação do crime ainda é desconhecida.