THAIZA ASSUNÇÃO E CAMILA RIBEIRO – DA REDAÇÃO
Prestes a tomar posse como procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, o promotor Deosdete Cruz afirmou que a operação Hypnos, deflagrada na manhã desta quinta-feira (9), reforça a necessidade de retomada da intervenção na Saúde Pública de Cuiabá.
A ação conduzida pela Delegacia de Combate à Corrupção resultou na prisão do ex-secretário de Saúde, Célio Rodrigues, dentre outros mandados de busca e apreensão.
A operação apura um suposto esquema de corrupção que teria se instalado na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) no ano de 2021. Há indícios de desvios de recursos públicos e irregularidades em alguns pagamentos, na ordem de R$ 1 milhão.
“Acredito que mais essa operação – que acompanho pela imprensa – é mais um indicativo da necessidade de intervenção. E falo isso sem qualquer pré-julgamento contra quem quer que seja”, defendeu Deosdete Cruz.
“O interventor não é um xerife. É a pessoa que vai fazer aquilo que o Judiciário está determinando que faça: cumpra as ordens, regularize as filas, providencie os remédios. É para isso. Fazer tudo que não foi feito antes e tem que fazer. A operação reforça necessidade de intervenção”, emendou.
As declarações foram dadas na manhã de hoje durante uma coletiva à imprensa.
A posse de Deosdete como novo chefe do acontece no período da noite.
Análise da intervenção
Ainda durante a coletiva, o chefe do MPE foi questionado, inclusive, se deverá pedir à Justiça celeridade no julgamento do recurso que pede a retomada da intervenção.
Em janeiro, a presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza de Assis Lima, acolheu recurso da Prefeitura de Cuiabá e suspendeu a intervenção do Estado na Saúde.
Com isso, a decisão em torno do assunto está responsabilidade do Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ-MT), composto por 13 desembargadores.
Uma sessão será realizada ainda nesta quinta, mas a informação é de que o caso foi retirado de pauta.
“O Poder Judiciário tem sua forma de se organizar e responsabilidade em relação à matéria. Se [o julgamento] saiu da pauta, é possível que haja algum pedido de vista ou que o próprio relator tenha a preocupação de esclarecer algum ponto. Vamos aguardar e tenho certeza que o Judiciário irá trazer isso no momento certo”, concluiu Deosdete.