sexta-feira, 26 de julho de 2024
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MORTE EM VERA

Chefe da PM lamenta, mas defende ação de militares e critica bebedeiras

Diego Kalininski, de 25 anos, reagiu a uma abordagem, agrediu os militares e foi baleado

THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Corrêa Mendes, lamentou a morte de um jovem durante uma abordagem policial em Vera (a 458 km de Cuiabá), na madrugada de domingo (5), mas defendeu a técnica usada pelos  militares na ação.

Diego Kalininski, de 25 anos, agrediu os policiais durante a abordagem e foi baleado. Ele não resistiu e morreu no local.

“Perante a realidade policial soam frágeis todas as opiniões, especialmente as passionais, ditas a quente. Convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas horas, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacífica de Vera”, escreveu o coronel.

No documento, o comandante afirmou que quanto à ação policial um inquérito foi aberto e vai apurar o caso.

Porém destacou que também é preciso falar “sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido”.

“Precisamos falar ainda, com relevo neste caso, sobre a ausência de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos; verdadeiro combustível para a quebra da ordem”, afirmou.

Mendes destacou que nenhum policial sai de casa com propósito de matar, assim como  nenhum jovem sai para se divertir para não retornar.

“Todas as providências foram e estão sendo tomadas para que familiares e a tropa em questão não tenham ainda mais traumas a digerir, refletir e, por fim, lhes sobreviver — porque assim a vida pede”, concluiu.

O caso

Toda a ação foi gravada por populares que estavam no local no momento do crime.

A Polícia Militar informou que foi acionada para atender a uma ocorrência de perturbação do sossego na Avenida Brasil.

No local, Diego teria sido abordado, mas se recusou a apresentar o documento do veículo em que ele estava.

Neste momento, a PM teria anunciado a prisão do jovem por desacato.

As imagens mostram o momento em que Diego resiste à abordagem e chega a dar socos em um dos policiais. Ele também toma o cassetete de um dos militares e agride o agente.

No meio da confusão, um dos policiais saca a arma e atira contra o jovem. Caído na calçada, Diego ainda voltou a ser baleado pelo PM.

Leia a nota na íntegra: 

Boa noite,

Perante a realidade policial soam frágeis todas as opiniões, especialmente as passionais, ditas a quente. Convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas horas, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacífica de Vera.

Precisamos falar sobre a ação policial sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso.

Precisamos falar ainda, com relevo neste caso, sobre a ausência de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos; verdadeiro combustível para a quebra da ordem.

Poucos sabem mas não é apenas a PM a deter o “poder de polícia” para evitar males como esse. Regulação; fiscalização; notificação e embargo, são palavras que antecedem o trabalho policial ali — e evitam tragédias.

Pois, diante de fatos complexos não podemos dar respostas simples, do tipo “certo” ou “errado”, colocando em xeque quem chega para resolver.

Perdemos todos com a perda de uma vida. Nenhum policial sai de casa com esse propósito, embora consciente dessa possibilidade quando técnica. Nenhum jovem sai para se divertir para não retornar.

Todas as providências foram e estão sendo tomadas para que familiares e a tropa em questão não tenham ainda mais traumas a digerir, refletir e, por fim, lhes sobreviver — porque assim a vida pede.

A sabedoria veda o juízo precipitado, eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal mídiatico.

Respeitemos, contudo, a gravidade dos fatos com ações enérgicas de modo que situações trágicas como a ocorrida em Vera jamais se repitam em nosso Estado. Sobretudo que todos os nuances sejam esclarecidos em respeito à sociedade verense que tão bem acolhe o trabalho policial.

Alexandre Corrêa Mendes – Cel PM

Comandante-Geral da PMMT

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