A Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso (OAB-MT) afirmou que adotará providências para que a conduta do delegado Bruno França, dentro do Cisc Verdão, em Cuiabá, na noite da última segunda-feira (28), seja apurada.
O delegado proferiu uma série de xingamentos contra o advogado Rodrigo Pouso.
Pouso faz a defesa de uma empresária que alega ter tido a casa invadida pelo delegado. A confusão ocorreu dentro do condomínio Florais dos Lagos.
Como já noticiado pela CBN Cuiabá, o delegado arrombou a porta da casa da empresária e entrou no local fazendo uma série de ameaças.
Na ocasião, ele disse estar no local em razão de a mulher ter supostamente descumprido uma medida protetiva que a impedia de se aproximar do enteado de França. A defesa diz que a mulher não tinha conhecimento de tal medida.
A situação foi parar na delegacia e, por lá, o delegado gritou e xingou o advogado.
Veja vídeo:
“Palavras desrespeitosas”
Após a repercussão do caso, a OAB-MT emitiu uma nota de repúdio.
“O delegado de Polícia Civil, Bruno França Ferreira, proferiu em desfavor do mencionado causídico, palavras de natureza desrespeitosas, afrontosas e não condizentes com o cargo e a função que exerce, de servidor público, em especial, quando em atendimento a um profissional da advocacia”, diz trecho do documento.
“Imagens de um vídeo – que já se encontra em poder desta Seccional – não deixam dúvidas da ausência de urbanidade e, ainda, da utilização de palavras de baixo calão proferidas contra o advogado mencionado, que se encontrava em seu regular exercício profissional. A OAB-MT deixa claro que não tolerará vilipêndios desta natureza. A Seccional já estuda as medidas cabíveis a serem tomadas em razão do caso em questão”, acrescenta a nota.
Pedido de desculpas
Nesta segunda-feira (29), um áudio atribuído ao delegado Bruno França passou a circular nas redes sociais.
Nele, França se desculpa pela postura adotada contra o advogado.
“Eu só queria esclarecer que em nenhum momento minha intenção foi atingir as prerrogativas do doutor Rodrigo como advogado. E também que a situação da discussão se deu comigo na condição de padrasto da vítima”, disse.
“Eu estava ali na condição de padrasto e não de autoridade policial. Só que isso não justifica e eu estou pedindo desculpa publicamente nessa situação de emoção que agi pela condição da vítima que é meu enteado. Mas eu estou aqui pedir desculpas ao doutor Rodrigo. Foi inaceitável a minha conduta”, emendou.
Por fim, o delegado disse que não irá se manifestar a respeito do caso por se tratar de um processo que corre sob sigilo já que envolve um menor de idade.