Atenta à chegada das obras do Bus Rapid Transit (BRT) no entorno das avenidas Prainha e XV de Novembro, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá) lançou hoje (30) uma série de estratégias para os empresários cuiabanos. Além de treinamento e soluções para a gestão dos negócios, a entidade lançará nos próximos 30 dias uma seção em seu site com um observatório para que associados e cidadãos possam acompanhar o progresso das obras em tempo real.
Cerca de 9 mil empresas de diferentes setores e 36 mil trabalhadores serão impactados com as obras nas duas avenidas e regiões adjacentes. Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), os trabalhos vão se estender até fevereiro ou março de 2026. O cronograma de atividades do BRT foi apresentado para um grupo de pelo menos 25 empresários, que se reuniram a convite da CDL Cuiabá nesta quinta de manhã.
O presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam, reconhece que tanto o BRT como a rede de esgoto, em implantação pela Águas Cuiabá, são importantes para melhorar a qualidade de vida dos cuiabanos. Mas lembrou que, durante as obras, comércio e serviços são afetados porque o acesso às empresas é modificado, levando à menos vendas e, em alguns casos, à necessidade de demissões.
“A gente sabe que a obra leva à queda do faturamento. O cronograma de obras é importante por isso, porque com ele o lojista sabe o momento certo de dar férias aos colaboradores, por exemplo, ou de vender pelo WhatsApp ou investir mais no delivery, na internet”, acrescentou Macagnam.
A CDL Cuiabá preparou dois cursos específicos para auxiliar empresários que serão afetados pelas obras. Um deles é voltado à equipe de vendas e mostra como vender por WhatsApp, além de outras estratégias online. Já o curso de planejamento financeiro vai orientar as lideranças sobre estratégias para reduzir custos e abrir novas frentes de receita durante o período de obras. As inscrições começam semana que vem.
Muitos comerciantes presentes na reunião explicaram que seus negócios já vêm sendo impactados desde a época em que o então Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) começou a ser implantado, em 2012. “Estamos passando por isso há mais de uma década. Nossa preocupação é com a celeridade da obra, para que afete o mínimo possível os nossos negócios no Porto”, disse o comerciante Valter Evaristo, da Multifer.
“A iniciativa da CDL foi muito proveitosa porque pudemos tirar dúvidas. Estamos, sim, preocupados com o projeto do BRT porque na hora de agir não é a mesma coisa. Nós, do setor privado, temos que colocar a empresa para andar de acordo com nossos rendimentos. Qualquer obra impacta a nossa região”, ponderou o empresário Albano Bezerra, da Casa das Tintas.
O secretário adjunto da Sinfra, Isaac Nascimento Filho, esclareceu na reunião que as intervenções já começaram em alguns trechos, e que o regime de trabalho na atual contratação, para conclusão do BRT até a Ponte Júlio Muller, é das 6h às 22 horas. “Algumas atividades, como a concretagem, se estendem até mais tarde, mas não tem como fazer mais que isso à noite. Contratualmente, é a primeira vez que a gente estende tanto o horário da obra, porque isso custa ao contribuinte”, explicou.
Já na Águas Cuiabá, as atividades avançam noite adentro. “Trabalhamos à noite justamente para reduzir o impacto sobre a população, porque já tem a obra do BRT”, explicou o gerente de Obras da empresa, Elson Yamamoto. Ele explicou que as bocas de lobo e a rede de drenagem estão sendo reforçadas para ampliar a capacidade de captação de água.
Ainda integraram a reunião o vereador Alex Rodrigues (PV) e a secretária adjunta de Obras da Capital, Geralda Pessoa.
