De acordo com o 6º Levantamento da Safra 2024/2025, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 13 de março de 2025, a produção de grãos no Brasil está estimada em 328,3 milhões de toneladas.
Especificamente para a soja, o plantio foi concluído em 99,5% da área prevista até a data do relatório, apresentando uma leve aceleração em relação à semana anterior, quando o plantio estava em 99,4%. Esse índice está bastante próximo do registrado no ano passado, quando a semeadura alcançou 99,9% da área até o mesmo período.
A colheita da soja avançou para 60,9% da área plantada, superando o índice do mesmo período na temporada anterior e a média dos últimos cinco anos. Os rendimentos obtidos até o momento têm superado positivamente as expectativas iniciais em estados produtores como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
A conclusão da colheita da soja também influencia o ritmo do plantio do milho safrinha (segunda safra), que já atingiu 83,1% da área prevista. Embora esteja abaixo do registrado no ciclo anterior, o índice é superior à média dos últimos cinco anos. A expectativa é que a área destinada ao milho safrinha cresça 1,9%, chegando a aproximadamente 16,75 milhões de hectares.
Esses dados refletem o andamento positivo da colheita da soja brasileira na safra 2024/2025, apesar de variações regionais e desafios climáticos enfrentados durante o ciclo produtivo.
Exportações brasileiras
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) fez uma atualização positiva em suas estimativas de exportações brasileiras de soja e farelo para março. A previsão para a soja agora varia entre 15 milhões e 16.13 milhões de toneladas, com um aumento de 1,40% no teto da estimativa em relação à semana anterior. Caso o limite superior da estimativa seja confirmado, isso representará um aumento de 19% em comparação com março de 2024.
Para o farelo de soja, a estimativa também foi elevada para 2.6 milhões de toneladas, um crescimento de 9,40% sobre a previsão anterior de 2.38 milhões de toneladas. Esse novo volume é significativamente superior às 1.8 milhão de toneladas embarcadas no mesmo mês do ano passado, com um aumento de 44,60%.
No entanto, os dados semanais indicam que na semana encerrada em 15 de março as exportações de soja e farelo ficaram abaixo das expectativas. Foram exportadas 3.15 milhões de toneladas de soja e 367.000 toneladas de farelo, números menores do que os projetados anteriormente.
Para a semana atual (16 a 22 de março), os line-ups portuários indicam um aumento significativo, com 4.33 milhões de toneladas de soja e 740.500 toneladas de farelo previstas.
O Porto de Santos continua sendo o principal porto brasileiro para embarques, com 1.68 milhão de toneladas de soja previstas para o mês, representando um aumento de 5,70% em relação à programação da semana anterior. Por outro lado, Paranaguá teve uma redução em suas previsões, com 712.400 toneladas de soja programadas para o mês, uma queda de 2,30% em comparação com a semana anterior.
Esses números refletem o desempenho das exportações brasileiras e a capacidade de resposta do setor frente às demandas globais, especialmente em relação ao agronegócio de soja.
Nos próximos três meses, espera-se uma oferta forte de soja e milho devido a boas projeções de produção, com os preços podendo ser influenciados por fatores climáticos e demandas internacionais. O mercado pode continuar volátil, dependendo de questões geopolíticas e variações climáticas. A boa produção de soja e milho safrinha deve dar suporte ao mercado brasileiro, embora haja incertezas quanto à demanda externa e aos custos de produção. O monitoramento da evolução da colheita, clima e políticas comerciais será essencial para entender as tendências do mercado de grãos.
Talita Cristina Pereira – Broker – corretora de grãos – Este material integra a plataforma Agro+ligas.
