THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
A presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargadora Maria Helena Póvoas, publicou uma nota de repúdio às declarações do ex-deputado federal Roberto Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ela disse que o ex-deputado fez um “ataque vil” e com “palavras de baixo calão” à honra da ministra, “que atingem todas as mulheres brasileiras, na medida em que refletem a cultura machista deste país”.
Em vídeo publicado no Twitter, Jefferson chama a magistrada de “prostituta”, dentre outra série de xingamentos.
“A jurista, professora e magistrada Carmem Lúcia tem uma ilibada história profissional, cuja reputação a credencia para pairar acima de ataques chulos como o engendrado pelo ex-deputado”, diz trecho da nota.
“Ainda assim, sua defesa se faz necessária, visto que as ofensas à ministra atingem todas as mulheres brasileiras, na medida em que refletem a cultura machista deste país, onde a crítica ao exercício profissional de uma mulher ultrapassa as barreiras da civilidade e chega à barbárie de ofendê-la em razão de seu gênero”, diz outro trecho da nota.
Ataques
Os ataques do ex-deputado ocorreram após decisão do TSE contra a emissora Jovem Pan, punida por seus comentaristas distorcerem informações e ofenderem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Cármen Lúcia acompanhou o voto de Alexandre de Moraes, assim como os colegas Ricardo Lewandowski e Benedito Gonçalves.
Neste domingo (23), o ministro Alexandre de Moraes expediu um mandado de prisão contra Jefferson, que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, por descumprir as medidas impostas pelo STF.
O ex-deputado reagiu à prisão e disparou mais de 20 tiros de fuzil e também lançou granadas na direção dos agentes federais.
Dois policiais ficaram feridos, atingidos pelos estilhaços. Receberam atendimento médico e foram liberados.