A Justiça decidiu que Nataly Helen Martins Pereira será julgada pelo Tribunal do Júri pelos crimes de feminicídio e mais oito delitos relacionados à morte da adolescente Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, que estava no fim da gestação. O crime aconteceu em março deste ano.
A decisão foi dada na última sexta-feira (18), pelo juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá.
O magistrado entendeu que há provas suficientes de que Nataly cometeu o assassinato de forma cruel e premeditada.
A prisão preventiva da enfermeira foi mantida, e o pedido da defesa para avaliar se ela tem problemas mentais foi negado, por falta de indícios de que a ré não entendia o que estava fazendo.
Segundo o Ministério Público, Nataly atraiu Emelly até sua casa no bairro Jardim Florianópolis, com a desculpa de doar roupas de bebê. No local, teria imobilizado a jovem com um golpe conhecido como “mata-leão”, amarrado seus braços e pernas, colocado sacos plásticos na cabeça dela e, em seguida, feito um corte na barriga para retirar o bebê ainda com vida.
A causa da morte foi um forte sangramento, segundo laudo da perícia. O corpo da adolescente foi enterrado nos fundos da casa, e Nataly foi até um hospital dizendo ter dado à luz em casa, apresentando documentos falsos para sustentar a versão.
Além do feminicídio, ela também responderá pelos crimes de tentativa de aborto sem consentimento da gestante, ocultação de cadáver, sequestro de recém-nascido, simulação de parto, falsificação e uso de documentos falsos, além de tentar atrapalhar as investigações.
Para o promotor de Justiça Rinaldo Segundo, o juiz adotou uma interpretação importante ao reconhecer que o crime se baseou no desrespeito à condição feminina e no direito à maternidade, negado à vítima.
O caso agora será encaminhado à 1ª Vara Criminal de Cuiabá para julgamento pelo júri popular.