A Polícia Civil indiciou a bombeira civil Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, por homicídio quadruplamente qualificado contra a adolescente grávida Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos.
O inquérito, conduzido pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi concluído nesta segunda-feira (24).
As qualificadoras atribuídas ao crime foram: motivo torpe, emprego de asfixia, meio insidioso ou cruel, com traição e dissimulação – recurso que impossibilitou a defesa da vítima e com a finalidade de assegurar a subtração de recém-nascido, garantindo sua impunidade; além de ocultação de cadáver e por registrar como próprio um parto alheio e uso de documento falso.
As provas periciais corroboram as violências qualificadoras, incluindo marcas de asfixia e o corte abdominal.
Já o exame de necropsia realizado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) no corpo da adolescente grávida de nove meses, constatou causa da morte por choque hipovolêmico hemorrágico que ocorreu após grandes ferimentos realizados em seu abdômen para a retirada do feto.
A perícia constatou, ainda, que a vítima estava viva enquanto o bebê era retirado de seu ventre.
Além disso, foram evidenciadas diversas lesões contundentes, dentre elas, lesões na face e no olho direito que podem ser resultantes de socos. A vítima estava contida com cabos de internet em seus punhos e pés.
O delegado responsável pelo inquérito, Michael Mendes Paes, destacou que em relação aos outros supostos envolvidos (o marido, o irmão e um amigo da autora), foi instaurado inquérito policial complementar para apurar a possível participação deles nos crimes.
No dia da descoberta do crime, os três foram conduzidos, ouvidos e liberados, uma vez que não havia elementos contra eles para lavratura do flagrante.
“As investigações seguem em andamento para apurar se eles teriam ou não auxiliado a autora de alguma forma, em algum momento dos crimes praticados por ela, assim como para individualização das possíveis condutas praticadas”, disse o delegado.
O crime
Durante o interrogatório na DHPP, a autora confessou friamente os fatos, dizendo que arquitetou e executou o crime sozinha. O objetivo da criminosa era de ficar com o bebê da adolescente.
Para executar o crime, a mulher atraiu Emelly com promessas de doações de roupas e a levou para uma casa no bairro Jardim Florianópolis, pertencente ao seu irmão, local onde matou e ocultou o corpo da menor.
Na casa, os policiais encontraram o corpo da adolescente enterrado em uma cova rasa, com parte da perna visível. A vítima estava com o ventre aberto, indicando uma situação de parto forçado, além de apresentar sinais de enforcamento, esganadura e asfixia. Ela estava com cabos de internet enrolados no pescoço, mãos e pernas; e dois sacos plástico na cabeça.