CAMILA RIBEIRO – DA REDAÇÃO
Foco, compromisso e rendimento. Os jogadores do Cuiabá que não estiverem nessa sintonia estarão fora do clube. O recado foi dado ao longo da semana – com a dispensa de dois atletas – e reforçado pelo presidente do Dourado, Cristiano Dresch, em coletiva à imprensa na tarde desta quinta-feira (28).
“A gente sabe que o rendimento precisa melhorar. E aqui no Cuiabá é de dentro para fora que as coisas acontecem. Quem não estiver comprometido, quem não estiver rendendo, vai sair. Seja quem for. Seja do A ao Z, do maior salário ao menor. Aqui tem que dançar a nossa música. Quem não dançar nossa música, sai fora. É assim que funciona”, disparou o dirigente.
O presidente, que não costuma dar muitas declarações à imprensa, acabou convocando os jornalistas em meio a um momento conturbado do Cuiabá.
Além de uma sequência de seis jogos sem vencer, o Dourado rescindiu contrato com o meio uruguaio Pablo Ceppelini e liberou Nicolás Quagliata – que já há algum tempo sequer vinha sendo relacionado.
Embora não tenha entrado em detalhes sobre os motivos que levaram à essa decisão, Dresch frisou – em diversos momentos da entrevista – que não irá tolerar a falta de comprometimento de jogadores.
“Se não tiver uma cobrança forte aqui dentro, as coisas não andam. E aqui, se não andar conforme as coisas que nós gostamos e que nós precisamos, vai sair. Costumo dizer que ‘quem não ajuda, atrapalha’. Quem não estiver ajudando vai sair”, disse.
“A gente precisa de pessoas comprometidas. Atletas chegam em torno de 14 horas e por volta das 19 horas estão indo embora. A maioria das pessoas tem que trabalhar oito horas por dia. E o jogador trabalha em torno de quatro presencialmente no clube. Então quando ele não está aqui, está trabalhando também. Então ele precisa descansar, precisa comer, dormir. E isso interfere dentro do resultado dentro de campo. Não vou citar motivos específicos [saída de Ceppelini e Quagliata]. Se não corresponder, vai sair”, emendou o presidente.
“Queda de desempenho”
Ainda durante a coletiva, o presidente Cristiano Dresch demonstrou que, mesmo diante de uma sequência ruim para o Cuiabá, confia no trabalho que vem sendo desenvolvido pelo treinador António Oliveira e sua comissão técnica.
Ele inclusive fez uma análise sobre o recorte dos últimos 12 jogos, nos quais o Dourado tem resultados completamente distintos.
“O treinador tem feito o mesmo trabalho. Quando tivemos uma sequência positiva na série A, com seis jogos, sendo cinco vitórias e um empate, era o mesmo trabalho que agora. Mesma quantidade de treinos. O António tem uma forma de trabalhar muito didática. Então, o trabalho da comissão técnica não mudou. O que mudou? O rendimento dentro de campo”, destacou.
Na avaliação do presidente, foi justamente em meio ao bom momento do Cuiabá que as coisas começaram a desandar.
“O que aconteceu na nossa sequência positiva? Os interesses pessoais começaram a sobressair aos interesses coletivos. Jogadores perderam o foco. E repito: Jogador que não estiver produzindo vai sair. Aqui é uma empresa, a conta vence. Se não pagar energia, a empresa corta. Se não pagar salário de jogador, ele mete na justiça e vai penhorar minha casa, meu carro. Então tem que render. Não rendeu? Sai. É assim que funciona”.