sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
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TENSÃO EM BRASÍLIA

Preso pela PF, cacique grava vídeo e ordena fim de atos de vandalismo

Serere Xavante foi  preso na noite desta segunda-feira (12), em Brasília, por envolvimento em protestos antidemocráticos

THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO 

O cacique José Acácio Serere Xavante, de 42 anos, que foi  preso na noite desta segunda-feira (12), em Brasília, por envolvimento em protestos antidemocráticos, gravou vídeo na sede da Polícia Federal ordenando o fim das manifestações criminosas que ocorreram na capital do país após sua prisão.

Conforme o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, três carros e cinco ônibus foram queimados durante os atos de vandalismo. Além disso, os manifestantes atiraram pedras e paus na sede da Polícia Federal.

“Meus amigos irmãos, povo brasileiro. Caciques e líderes. Estou bem, graças a Deus. Estou em paz. Eu quero pedir, como eu tenho amado os senhores aí, se os senhores me amam também, me consideram servos do senhor. Eu quero pedir que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial. Venha viver em paz e não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros, ataques à sede da Polícia Federal”, disse o cacique.

“Nós sabemos que somos povo santo, povo de bem, que não compactua com o derramamento de sangue, com briga, com conflito. A nossa luta não é contra as pessoas humanas,  contra as potestades espirituais. Deus abençoe a todos, em nome de Jesus. É uma ordem”, acrescentou.

Natural de Poxoreu, em Mato Grosso, o cacique Serere Xavante também é pastor, atualmente filiado ao Patriotas e já foi candidato a prefeito de Campinápolis (MT) em 2020, mas não conseguiu se eleger, ficando em terceiro lugar com 9,70% dos votos válidos.

Veja vídeo: 

A prisão

O pedido de prisão temporária, por dez dias, partiu da Procuradoria-Geral da República e foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

De acordo com Moraes, Serere Xavante convocou manifestantes armados a agirem para impedir a diplomação dos eleitos, realizada nesta segunda-feira

A prisão do indígena provocou um protesto na capital federal de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que depredaram pelo menos oito carros e dois ônibus estacionados próximos à sede da Polícia Federal.

“A restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, afirmou Moraes.

A decisão aponta ainda que Serere Xavante teria realizado manifestações antidemocráticas em diversos locais de Brasília, como em frente ao Congresso Nacional, no Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos.

“A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, diz ainda a PGR.

O cacique foi candidato a prefeito de Campinápolis, município situado a 658 quilômetros de Cuiabá. Ele teve apenas 689 votos e não foi eleito. Nas redes sociais, o Serere Xavante se apresenta como pastor evangélico e missionário da Associação Indígena Bruno Ômore Dumhiwê.

 

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