DA CBN REDE
O futebol brasileiro inicia um novo capítulo na gestão esportiva. A partir de 2026, o Fair Play Financeiro começará a ser implantado no país visando organizar contas, controlar gastos e tornar os clubes mais sustentáveis ao longo dos próximos anos.
O modelo, inspirado em ligas como Premier League e UEFA, prevê transição gradual até 2028.
Em entrevista em CBN Esportes, o diretor da CBF Academy, Caio Resende, explica que a proposta parte do princípio de que os clubes devem gastar apenas aquilo que arrecadam. O mecanismo inclui limites proporcionais de despesas, acompanhamento financeiro contínuo e exigência de transparência nas contas.
“É uma mudança cultural. Não é só punir: é orientar, acompanhar e dar parâmetros para que o clube cresça de forma saudável”, diz.
O controle será feito por uma agência reguladora independente, responsável por fiscalizar balanços e aplicar sanções quando houver descumprimento das regras. No primeiro ano, a abordagem será educativa, com advertências e planos de ajuste.
A partir de 2028, as punições podem incluir perda de pontos, restrições de registro de atletas e até proibição de participação em competições.
Resende destaca que o projeto dialoga com a nova realidade das SAFs, que têm maior capacidade de investimento. Segundo ele, aportes de donos seguirão liberados, mas haverá limites para endividamento e para gastos que ultrapassem receitas operacionais. “O objetivo não é travar o investimento, mas garantir equilíbrio”, afirma.
Com o Fair Play Financeiro, a CBF aposta em um ambiente mais competitivo, estável e profissionalizado. A expectativa é reduzir dívidas históricas, aumentar responsabilidade na gestão e aproximar o futebol brasileiro de padrões internacionais.
