O juiz Francisco Alexandre Ferreira Mendes Neto, do Núcleo de Audiências de Custódia de Cuiabá, decidiu manter preso o advogado Rodrigo da Costa Ribeiro, detido em flagrante durante o cumprimento de mandados da Operação Efatá, da Polícia Civil. A ação apura um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas e à atuação de uma facção criminosa em Mato Grosso.
O flagrante ocorreu no apartamento do advogado, no condomínio Brasil Beach, onde os policiais encontraram um carregador de pistola 9 mm, nove munições intactas, um simulacro de arma de fogo e um rádio comunicador novo. O magistrado destacou que a prisão não decorreu do mandado de busca, mas sim da situação de flagrância diante dos materiais ilegais localizados.
Para o juiz, não há dúvida sobre a legalidade da detenção. Ele lembrou ainda que Rodrigo acumula registros por ameaça, injúria, difamação, perseguição, violência doméstica e abandono material, além de ser apontado como integrante de organização criminosa, o que justificaria a manutenção da custódia. Segundo a decisão, o histórico do advogado representa “risco concreto de reiteração criminosa”.
O magistrado afirmou que colocá-lo em liberdade agora poderia estimular novas práticas ilícitas, diante da possibilidade de sensação de impunidade.
Ainda na quarta-feira, a OAB-MT abriu procedimento para suspender preventivamente o registro profissional do advogado.
Outro preso na Operação Efatá foi Juniel Almeida Rodrigues de Arruda. Durante buscas em sua casa, no condomínio Alvorada, em Cuiabá, os policiais apreenderam quase 600 gramas de maconha, uma grande quantidade de dinheiro armazenada em maços — somando R$ 594,5 mil — e uma máquina de contar cédulas. Juniel já responde por tráfico e também teve a prisão mantida.
Operação Efatá
A investigação conduzida pela Denarc identificou que integrantes da facção lavavam grandes quantias de dinheiro por meio de contas próprias e de familiares, movimentando valores sem comprovação de origem. Um dos investigados, sozinho, movimentou mais de R$ 295 milhões entre créditos e débitos.
O esquema utilizava fracionamento de depósitos, circulação entre contas de pessoas físicas e jurídicas e aquisição de bens para ocultar a procedência dos valores. Conforme a Polícia Civil, o material levantado comprova a estrutura financeira do grupo.
A operação cumpriu 148 medidas judiciais, entre elas mandados de busca e apreensão, bloqueios bancários, sequestro de imóveis e veículos. As ações ocorreram em Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Primavera do Leste, Água Boa e cidades do Mato Grosso do Sul, com apoio de diversas unidades especializadas da Polícia Civil.
