segunda-feira, 30 de junho de 2025
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TRÁFICO E LAVAGEM DE DINHEIRO

Operação prende policiais civis, bloqueia R$ 25 milhões e sequestra 14 veículos

O inquérito instaurado na Corregedoria da Polícia Civil apurou os crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta quarta-feira (07), a Operação Efialtes contra um grupo de policiais civis envolvidos em um esquema de violação de lacres e troca de material entorpecente apreendido para que pudessem ser enviados a traficantes.

No total, são cumpridos 102 mandados, sendo 39 de prisão preventiva, 59 de buscas e apreensões, quatro de suspensão de atividades econômicas de empresas utilizadas para realizar a lavagem de dinheiro, além do bloqueio de R$ 25 milhões, sequestro de 14 veículos e quatro imóveis.

As ordens judiciais são cumpridas nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Maranhão, Tocantins e Goiás.

A operação conta com a participação de mais de 300 policiais civis, sendo 270 da Polícia Civil de Mato Grosso e 30 dos outros estados, no cumprimento dos mandados.

Investigações

As investigações realizadas em inquérito instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil iniciaram há, aproximadamente, oito meses, após o órgão corregedor receber a notificação de que durante a incineração de drogas realizada pela Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), no dia 19 de abril deste ano, em Cáceres, foi constatada a violação de lacres das embalagens de perícia dos entorpecentes apreendidos. Em alguns envelopes houve a substituição de parte do material apreendido por outro diferente como, por exemplo, areia e gesso.

Na ocasião, foi determinada pela Corregedoria a correição extraordinária na sala da Defron e da Delegacia Municipal de Cáceres, onde eram armazenadas as drogas apreendidas. Foi identificado um invólucro plástico violado com diversos tabletes que, ao serem manuseados e devido ao peso muito leve, constatou-se ser semelhante a isopor.

A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todos os lacres e embalagens armazenadas no local, assim como as embalagens violadas que foram constatadas durante a incineração. Com os laudos periciais concluídos, foi confirmada que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia.

A investigação apontou que o material usado para substituir as drogas foi feito com o claro objetivo de confundir, produzido com formato semelhante e com a mesma cor de embalagem. Por exemplo, se a droga acondicionada tinha sido embalada com material de cor amarela, o tablete usado para substituí-la também era feito da mesma forma.

Envolvidos

Com a análise dos fatos ficou clara a prática da conduta criminosa, de forma planejada, com a participação de policiais civis na empreitada. Nas investigações foram identificados três grupos envolvidos no esquema: o primeiro dos policiais e de seus auxiliares, para a substituição e subtração das drogas apreendidas; segundo dos traficantes compradores e responsáveis pelos transportes e o terceiro o dos responsáveis pela lavagem de dinheiro, seja pelas empresas ou por laranjas.

As investigações apontaram que cinco policiais civis lotados na 1º Delegacia de Polícia de Cáceres e na Defron, envolvidos no esquema criminoso. Foi representado pelos mandados de prisão preventiva dos investigados. Um dos envolvidos foi preso no mês de agosto, em outra operação realizada pela Corregedoria.

Após a identificação dos envolvidos, foi apurado o caminho da droga e do dinheiro.

Os entorpecentes foram enviados para Uberlândia (MG), na conhecida como ‘rota caipira’ e para o Nordeste (Maranhão e Piauí), sendo utilizadas empresas para lavar o dinheiro nos estados de Tocantins (Palmas/Nova Rosalândia) e de Mato Grosso (Mirassol d’Oeste e Cáceres).

Nome da operação

Efialtes é uma referência ao personagem que se tornou célebre por trair a confiança do rei espartano Leônidas, em 480 a.C., ajudando o rei persa Xerxes, inimigo de Esparta, a encontrar um caminho alternativo no desfiladeiro das Termópilas, assim agindo, visando obter vantagem indevida (recompensa). Neste caso, uma analogia aos policiais civis que traíram a confiança que lhes foi depositada pelo Estado, pela sociedade e pela instituição Polícia Civil, para, da mesma forma, obter indevida vantagem econômica.

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