quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
InícioCidadesSete são presos por esquema que superfaturou eventos em 372% em Mato...
FRAUDE EM LICITAÇÕES

Sete são presos por esquema que superfaturou eventos em 372% em Mato Grosso

Além das prisões, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão

Sete pessoas foram presas na Operação Cenário Montado Gyn, deflagrada nesta segunda-feira (16) pela Polícia Civil de Mato Grosso, para desarticular um esquema de fraudes em licitações públicas que teria causado prejuízo milionário à Prefeitura de Barra do Garças.

Além das prisões preventivas, a operação cumpre outras 23 ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão, quebras de sigilo bancário, telefônico e telemático, suspensão das atividades econômicas de duas empresas e sequestro de valores superiores a R$ 4,2 milhões. As decisões foram expedidas pela 2ª Vara Criminal de Barra do Garças.

As medidas são cumpridas em Barra do Garças e nos municípios goianos de Aparecida de Goiânia e Aragoiânia, com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil de Mato Grosso e da Polícia Civil de Goiás.

De acordo com as investigações, o esquema envolvia empresários, funcionários de empresas e servidores públicos, com indícios de superfaturamento, direcionamento de certames, uso de empresas de fachada, associação criminosa e corrupção. As fraudes ocorreriam em licitações para contratação de serviços de produção de eventos e shows.

A operação é presidida pelo delegado Adriano Marcos Alencar, com apoio dos delegados Pablo Borges Rigo e Raphael Diniz, sob coordenação do delegado regional de Barra do Garças, Wilyney Santana Borges, e é um desdobramento das Operações Cenário Montado I e II, deflagradas em março e maio deste ano.

Investigações

As apurações começaram em janeiro de 2025, a partir de informações repassadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), inicialmente para investigar fraudes em licitações no município de Pontal do Araguaia.

Segundo a Polícia Civil, empresas do setor de eventos simulavam concorrência em pregões eletrônicos, que resultaram em Atas de Registro de Preços posteriormente utilizadas por diversos municípios por meio de adesões, conhecidas como “caronas”. Somente três pregões investigados em Pontal do Araguaia somaram cerca de R$ 25,8 milhões, com possibilidade de adesões que poderiam chegar, em tese, a R$ 51,7 milhões.

Superfaturamento

Análises técnicas apontaram superfaturamento de até 372,09% em itens como palcos, sistemas de iluminação, geradores, telões de LED e estruturas para eventos. Após as fases iniciais da operação, a polícia identificou queda imediata nos preços praticados, reforçando a suspeita de manipulação de pesquisas de mercado, repetição de orçamentos e ausência de competitividade real.

Com o avanço das investigações, o mesmo padrão teria sido replicado em outros municípios da região, incluindo Barra do Garças, por meio de adesões às atas originadas em Pontal do Araguaia. Em um dos pregões analisados, há indícios de subcontratação integral irregular, execução contratual simulada e atuação de empresas ligadas a grupos já sancionados judicialmente.

O valor do prejuízo inicialmente identificado e bloqueado nesta fase é de R$ 4.208.302,96. Nas etapas anteriores da investigação, a Justiça já havia determinado o sequestro de bens que ultrapassam R$ 21 milhões.

As investigações continuam, com análise de documentos e dados bancários e telemáticos. A Polícia Civil não descarta novas fases da operação e o aprofundamento das responsabilizações.

O nome da operação faz referência à simulação de concorrência em licitações públicas, com processos montados para aparentar legalidade e induzir a administração pública ao erro.

Mais lidas nesta categoria
- Publicidade -

- Publicidade -

Powered by WP Bannerize

Siga-nos nas redes sociais

39,985FãsCurtida
23,400SeguidoresSeguir
14,453InscritosInscreva-se
Error