O governador Mauro Mendes (União) criticou as disparidades nos salários da administração pública brasileira, ao comentar sobre a revelação de que o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), recebe uma remuneração superior à dele. Durante coletiva nesta segunda-feira (15), Mendes se referiu à diferença de salários como parte de um contexto mais amplo de “anomalias” e “disfunções” que, segundo ele, marcam a administração pública no Brasil.
A matéria publicada pela Folha de S. Paulo mostrou que, atualmente, Mendes recebe um salário bruto de R$ 32,3 mil, enquanto Brunini tem uma remuneração de R$ 52,9 mil mensais. Questionado sobre o valor do salário do prefeito, o governador admitiu desconhecer detalhes sobre como os valores foram definidos, mas usou o exemplo para criticar o modelo administrativo do país.
“Eu não conheço bem os dados sobre como esse aumento de salário foi feito ou como são os salários de outros prefeitos e governadores. O que eu posso dizer é que a administração pública no Brasil tem muitas anomalias e disfunções, e isso acaba prejudicando o País. Você vê isso em todos os lugares: um modelo que deveria funcionar bem, mas que, no fim das contas, é cheio de ‘Franksteins’ por todos os lados”, afirmou o governador.
“Não vim pelo salário”
Mendes, que comanda o Executivo estadual desde 2019 e já foi prefeito de Cuiabá entre 2013 e 2017, enfatizou que não entrou para a política por questões salariais. Empresário no setor de energia e metalúrgica, ele disse que seus rendimentos vêm das suas atividades privadas, e não do cargo público.
“Eu ganho aquilo que me propus a ganhar. Não vim para trabalhar no Governo pensando em salário. Tenho minha vida privada e é dela que tiro o sustento para minha família”, declarou. O governador acrescentou que sua motivação para ingressar na vida pública foi a vontade de demonstrar que é possível fazer uma gestão pública diferente e mais eficaz.
“Vim porque queria mostrar que é possível fazer diferente, com foco na gestão e bons resultados. Não vim pelo salário e não quero entrar em polêmica sobre isso”, concluiu Mendes.
