O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), atribuiu a reação da vice-prefeita coronel Vânia (Novo) a uma suposta influência de adversários políticos após a repercussão do orçamento de 2026, que deixou de prever recursos específicos para o gabinete da vice-prefeitura. A declaração foi feita em vídeo publicado pelo próprio gestor nas redes sociais.
Na gravação, Abilio rejeita a acusação de que tenha retirado estrutura ou inviabilizado o trabalho da vice-prefeita. Segundo ele, os recursos necessários ao funcionamento do cargo estão contemplados na Secretaria de Governo, que concentra as despesas do gabinete do prefeito e da vice. O prefeito afirmou ainda que as críticas fazem parte de uma “narrativa da esquerda”.
“Eu escolhi uma vice-prefeita, uma mulher. Tentaram criar uma narrativa de que eu estou tirando o orçamento da vice-prefeita. Mais uma mentira, mais uma narrativa da esquerda”, disse, ao sustentar que não houve prejuízo funcional.
Abilio afirmou que Vânia dispõe de carro oficial, assessores e espaço físico, e declarou que a estrutura teria sido ampliada. “Tirei o chefe de gabinete do lugar para ampliar o espaço da vice-prefeita”, afirmou.
Em outro trecho, o prefeito afirmou que a vice foi “seduzida pelos adversários” e passou a atacá-lo publicamente. “A vice-prefeita foi seduzida pelos nossos adversários, que agora fica reclamando e falando mal de mim. Mas faz parte. A ingratidão faz parte do processo”, declarou, acrescentando que seguirá focado na gestão.
O prefeito também defendeu que o cargo de vice-prefeito não exige autonomia administrativa própria. Segundo ele, trata-se de uma função de disponibilidade institucional, voltada à substituição do titular em caso de vacância. “É incompatível com a função de vice-prefeita, que fica aguardando o momento correto de ocupar o mandato do prefeito”, afirmou.
A manifestação ocorre após a divulgação de que a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 não reserva verba específica para o gabinete da vice-prefeitura. Em 2025, a estrutura contou com R$ 3.847.364. No primeiro projeto da LOA de 2026, a previsão era de R$ 3.339.741, mas o substitutivo mais recente enviado à Câmara eliminou completamente a dotação do setor.
A mudança gerou críticas de vereadores, que classificaram a medida como um esvaziamento político da vice-prefeitura. Mesmo diante das reações, Abilio manteve o discurso ideológico e afirmou que a gestão seguirá, segundo ele, “acabando com a narrativa da esquerda”.
Exonerada da Secretaria de Mobilidade Urbana em agosto, segunda pasta que comandava, Vânia já havia sinalizado a intenção de reativar a estrutura da vice-prefeitura, extinta desde 2020, como forma de garantir maior autonomia dentro da administração municipal.
