A Câmara Municipal de Pedra Preta cassou, por oito votos a dois, o mandato do vereador Gilson José de Souza (União), conhecido como Gilson da Agricultura, durante sessão extraordinária realizada na noite de quarta-feira (3). A decisão ocorreu após a conclusão da Comissão Processante que investigava ofensas feitas por ele à prefeita Iraci Ferreira de Souza (PSDB).
O relatório apontou que o vereador infringiu o decoro parlamentar ao usar expressões consideradas degradantes contra a gestora, classificadas como violência política de gênero. No lugar de Gilson, assumirá o suplente Ronaldo Pereira dos Santos (União).
No plenário, o presidente da Câmara, Laudir Martarello (PSB), afirmou que as declarações do colega “envergonham a Casa” e pediu mais responsabilidade aos parlamentares. “Que nós, autoridades, possamos exercer nosso papel com dignidade e respeito”, disse.
Gilson da Agricultura se defendeu dizendo que utilizou termos inadequados, mas alegou que não pretendia direcionar o ataque à prefeita especificamente. Ele pediu desculpas a Iraci e às mulheres, negou ser machista e afirmou que o episódio foi um erro.
As ofensas foram feitas durante sessão realizada em 25 de agosto, quando Gilson criticava a atuação da prefeita e usou a expressão “cachorra viciada” para se referir a práticas políticas em período eleitoral. A repetição dos xingamentos gerou forte repercussão no estado e resultou em quatro denúncias encaminhadas à Câmara.
As representações foram apresentadas pela prefeita Iraci, pelo presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Leonardo Bortolin, pela deputada federal Gisela Simona (União), pela primeira-dama Virgínia Mendes e por membros do diretório municipal do União Brasil.
Para a Comissão Processante, as falas ultrapassaram os limites da imunidade parlamentar e configuraram ataque à honra da prefeita. Com a aprovação do parecer, o mandato de Gilson foi encerrado e ele deixa o cargo imediatamente.
