sexta-feira, 21 de novembro de 2025
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CONSCIÊNCIA NEGRA

Representatividade negra avança nas universidades, mas não chega aos cargos de liderança

Fernando Soares, do Movimento pela Equidade Racial, destaca que políticas de cotas elevaram presença de negros no ensino superior

DA REDE CBN 

A presença de estudantes negros nas universidades públicas cresceu significativamente nos últimos anos — passando de cerca de 13% para aproximadamente 43% — graças às políticas de cotas raciais.

No entanto, esse avanço ainda não se reflete no mercado de trabalho, especialmente nos cargos de liderança. Fernando Soares, gerente de projetos, operações e dados do Movimento pela Equidade Racial (Mover), fala sobre o assunto em entrevista ao Jornal da CBN.

Segundo ele, igualdade pressupõe oportunidades iguais para todos, mas equidade reconhece que pessoas partem de pontos diferentes devido a contextos sociais. No caso da população negra, a falta de acesso histórico impacta a trajetória profissional mesmo quando há formação qualificada:

‘Trabalhar a equidade é a gente entender que pessoas diferentes tiveram acessos a oportunidades diferentes e a gente corrige esse acesso. A gente oferece oportunidades para que essas pessoas possam de fato através de seus talentos atingirem o máximo possível de seus potenciais e com isso a sociedade como um todo ganha’.

Soares diz que o principal desafio das empresas é ter intencionalidade ao recrutar e promover profissionais negros, revendo processos internos e vieses. O Mover, formado por grandes corporações, ampliou de 53 para 60 empresas associadas em 2024 e promoveu 2.568 profissionais negros a cargos de liderança no ano.

Apesar do avanço, ele aponta que a maior lacuna está nos postos de alta liderança e diretoria. A expectativa do movimento é que, nos próximos anos, mais empresas adotem práticas estruturadas para ampliar a diversidade racial em posições estratégicas:

‘Quando você entra num restaurante de classe social mais alta, você vê 56% das pessoas negras sentadas no restaurante como consumidoras? Quando você vai a shoppings de luxo, você vê que 56% dos clientes são pessoas negras? No Brasil, não. E olhando então para o mercado de trabalho, esse reflexo no volume de pessoas negras dentro do mercado de trabalho, ele representa muito proximamente, na base da pirâmide organizacional, então você tem na base da pirâmide do mercado brasileiro, algo próximo do que é a representatividade do Brasil, mais de 50% das pessoas que trabalham em grandes organizações são pessoas negras, mas quando você vai olhando para quais pessoas estão ocupando os cargos de liderança, esse número vai caindo significativamente’.

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