ANA MOURA – DA REDAÇÃO
O vereador Daniel Monteiro (Podemos) criticou duramente a postura do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), em relação à CPI que investiga o contrato do estacionamento rotativo com a empresa CS Mobi. Para ele, o gestor prefere levantar suspeitas sobre o trabalho dos vereadores do que tomar uma decisão concreta sobre o contrato.
“Porque que ele só não quebra o contrato ao invés de ficar falando da CPI, ao invés de ficar questionando o trabalho do Ranalli, do Dilemário e da Maysa? Eu não consigo entender, porque ele insinuou e falou que é estranho o fato de que eles estavam parando de investigar. Me parece que nessa fala, que ele está insinuando que alguém está fazendo algo de errado”, disparou Monteiro.
O parlamentar defendeu os colegas Rafael Ranalli (MDB), Dilemário Alencar (Podemos) e Maysa Leão (Republicanos), que compõem a comissão. “Uma coisa é dizer que não está gostando do ritmo de trabalho da CPI. Outra é usar ironia para insinuar que há algo estranho. O Ranalli é um vereador honesto, o Dilemário é um vereador de contradições e a Maysa é independente. Mas todos atuam com profissionalismo”, afirmou.
Monteiro destacou que a CPI já chegou a conclusões importantes, como a de que o contrato da CS Mobi é lícito, mesmo diante de questionamentos sobre o uso do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) como garantia. Segundo ele, a taxa média de lucro da empresa, de 12% ao ano, está dentro da realidade de mercado.
“O prefeito precisa entender que, se quiser rescindir o contrato, terá que pagar multa. Eu, como cidadão cuiabano, sou 100% contra pagar R$ 130 milhões para deixar aquele elefante branco parado na avenida. O contrato será pago em 30 anos, em parcelas menores, que cabem no bolso da prefeitura”, argumentou.
O vereador, que foi oposição ao ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), reconheceu que a gestão passada foi marcada por casos de corrupção, mas considerou o contrato da CS Mobi como uma das poucas políticas públicas bem estruturadas. “Esse caso é um dos poucos exemplos de algo positivo. O atual gestor deve acabar com o que foi ruim no passado, mas dar sequência ao que foi bom”, avaliou.
Por fim, Monteiro provocou Abilio: “Quero entender o que ele vai fazer hoje na CPI. Porque ele precisa de CPI? Ele é parte do contrato!”.
