A Indonésia oficializou a habilitação de 17 frigoríficos do Brasil para exportar carne bovina. Mato Grosso teve seis unidades incluídas e foi o estado com mais plantas contempladas. A liberação resulta de negociações bilaterais e de inspeções feitas no mês passado por autoridades sanitárias indonésias.
Com a decisão, o Brasil soma 38 estabelecimentos aptos a vender ao mercado indonésio, aumento de 80% no número de habilitados. O movimento amplia a agenda comercial aberta em agosto, quando o governo da Indonésia autorizou a entrada de carne bovina com osso, miúdos, produtos cárneos e preparados de origem brasileira.
Além de Mato Grosso, receberam habilitações plantas no Rio Grande do Sul (2), Minas Gerais (2), Goiás (2), Mato Grosso do Sul (2), Rondônia (2) e São Paulo (1).
“A habilitação de seis frigoríficos de Mato Grosso reconhece a qualidade da nossa carne e abre novas oportunidades ao setor. Cada novo mercado gera emprego, renda e mais competitividade. A Indonésia, com demanda elevada por proteína, reforça o alcance internacional da pecuária mato-grossense e nos estimula a ampliar a presença da carne do Estado no mundo”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo MT), Paulo Bellicanta.
Quarto país mais populoso do mundo, a Indonésia tem mais de 270 milhões de habitantes e vem ampliando importações para atender a demanda por proteínas. A expectativa do setor é que as novas habilitações reforcem o volume e a diversidade dos embarques brasileiros no Sudeste Asiático.
Mato Grosso, dono do maior rebanho bovino do país, possui 44 frigoríficos com acesso a mercados externos para carnes bovina, suína e de aves — 32 deles de bovinos. Entre janeiro e julho, o estado embarcou 379,22 mil toneladas de carne bovina e faturou US$ 1,9 bilhão.
No mesmo período, 81 países compraram proteínas mato-grossenses, que somaram 458,3 mil toneladas exportadas. A China segue como principal destino, com 51,5% das vendas (236,3 mil toneladas). A receita da carne bovina no ano alcança US$ 2 bilhões, a US$ 5,2 mil por tonelada, em média.
A produção é escoada, sobretudo, pelos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), principais corredores para Ásia e Europa.