THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
O advogado Rodrigo Moreira Marinho, conselheiro designado pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) para acompanhar os mandados da Operação Sepulcro Caiado, acabou preso ao chegar para a diligência, por também ser um dos alvos da ação.
A “coincidência” foi revelada pelo delegado Pablo Carneiro, da Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá, responsável pelas investigações, durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (30).
“Essa operação tinha como alvos alguns advogados. Como é de praxe e previsto em lei, a Polícia Civil comunicou a OAB na véspera, solicitando que enviasse representantes para acompanhar as ações. Por coincidência, um dos advogados indicados pela Ordem era também um dos alvos”, relatou o delegado.
Segundo Carneiro, Rodrigo Marinho demonstrou surpresa ao ser informado do mandado.
“Ele ficou um pouco surpreso, porque em tese foi para acompanhar a prisão de outros colegas, não a dele. Mas tudo ocorreu com tranquilidade, sem qualquer resistência”, afirmou.
Ainda de acordo com o delegado, após receber voz de prisão, Rodrigo foi acompanhado por outros membros da Comissão de Prerrogativas até sua residência, onde também foi cumprido um mandado de busca e apreensão. Ele já está custodiado na delegacia.
A Operação Sepulcro Caiado investiga um esquema de fraudes em execuções judiciais que pode ter causado um prejuízo superior a R$ 21 milhões ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Rodrigo Marinho é apontado como um dos envolvidos na organização do esquema.
Além de Rodrigo Marinho, também foram presos os advogados Wagner Vasconcelos de Moraes, Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes, João Gustavo Ricci Volpato, Themis Lessa da Silva, João Miguel da Costa Neto, Régis Poderoso de Souza, além de Denise Alonso.
E ainda os empresários Luiza Rios Ricci Volpato e Augusto Frederico Ricci Volpato, sócios de empresas credoras e beneficiários diretos do esquema.
O servidor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Mauro Ferreira Filho, é considerado foragido.