Laudos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), divulgados na tarde desta quarta-feira (28), apontaram que o disparo de arma de fogo que matou a adolescente Kethlyn Vitória de Souza foi voluntário, e não acidental.
As perícias evidenciam que a arma foi disparada de forma regular, mediante o acionamento do gatilho pelo operador.
No entanto, não foi possível determinar se houve ou não intenção de atirar na vítima e a motivação do crime- o que deve ser esclarecido durante as investigações.
O crime aconteceu no dia 3 de maio, em Guarantã do Norte. O suspeito, o médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, e namorado da vítima, está preso.
Ele já foi indiciado pela Polícia Civil por sete crimes: feminicídio, dano ao patrimônio público, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, disparo de arma de fogo, dirigir veículo sob a influência de álcool, entregar veículo automotor a pessoa não habilitada e servir bebida alcoólica a adolescente.
Conforme a Politec, a classificação de tiro acidental é utilizada quando há produção do tiro sem o acionamento do gatilho, devido à falha da segurança do armamento e anomalias em suas peças, o que não ocorreu no caso em questão.
O tiro atingiu a vítima na região posterior da cabeça. O projétil foi recuperado no interior do veículo. O estojo balístico não foi localizado.
A perícia analisou o trajeto do tiro, apontado no laudo de necropsia e identificou que é compatível com as marcas contidas no interior do veículo.
Na reprodução da cena, os peritos constataram o alinhamento da saída do cano da arma com o posicionamento da cabeça da vítima coincidindo com a trajetória do projétil que foi encontrado alojado na coluna lateral esquerda do veículo Hyundai/Creta
O caso
Na madrugada do dia 03 de maio, a adolescente Kethlyn Vitória de Souza foi baleada na cabeça e levada, por Bruno, ao Hospital Nossa Senhora do Rosário.
Na unidade médica, a equipe tentou reanimá-la por aproximadamente 40 minutos, mas Ketlhyn não resistiu e morreu. Ainda no hospital, Bruno teria danificado uma janela e uma porta do local, em meio a um abalo emocional, e posteriormente fugiu do local.
No dia 05 de maio, dois dias após o crime, o médico se entregou à Polícia Civil, acompanhado de seu advogado, alegando que o tiro teria sido acidental.
Diante da repercussão do caso, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) instaurou uma sindicância para apurar a conduta ética do médico.