A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (20) a segunda fase da Operação Rustius, com o objetivo de investigar a suposta arrecadação de verbas ilegais para a campanha do prefeito eleito de Sorriso, Alei Fernandes (União), em 2024.
Os policiais federais cumpriram três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Eleitoral.
A ação visa coletar novos elementos que auxiliem na apuração dos fatos.
Os elementos de informação colhidos no inquérito indicam que várias transações financeiras da campanha foram realizadas de forma ilegal.
A suposta fraude teria ocorrido para ocultar gastos da campanha eleitoral que, caso contabilizados na prestação de contas, ultrapassariam o limite permitido pela legislação.
Até o momento, 17 pessoas foram formalmente indiciadas.
A primeira fase foi deflagrada em dezembro do ano passado. Na ocasião, os agentes federais cumpriram nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Sorriso e Cuiabá, além de uma medida cautelar pessoal, que inclui a entrega do passaporte do investigado, a proibição de sair da cidade e o impedimento de contato com outros envolvidos na investigação.
A investigação teve início após a apreensão de R$ 300 mil em espécie com um dos principais apoiadores da campanha eleitoral de Alei, dias antes das eleições.
Outro lado
Por meio de nota, a defesa de Alei e seu vice, Acácio Ambrosini, negou as acusações.
Leia na íntegra:
NOTA À IMPRENSA
Em respeito ao Poder Judiciário Eleitoral e à legislação processual, a defesa técnica do Prefeito eleito Alei Fernandes e de seu Vice Acácio Ambrosini tem o dever de respeitar o sigilo que foi imposto ao caso.
De toda sorte, diante da manifestação da autoridade policial a respeito de uma cerebrina utilização de laranjas para pulverizar dinheiro alegadamente proveniente de caixa-dois, é necessário pontuar que isso tudo não passa de especulação sem qualquer lastro probatório concreto, especialmente que envolva a participação dos candidatos eleitos.
Há certo tempo que os órgãos de investigação vêm sustentando essa narrativa, sem apresentar elementos concretos de quanto, como e porque recursos ou gastos eleitorais foram empregados na campanha. Tudo isso de maneira espalhafatosa e em prejuízo à condução municipal.
É preciso dizer ainda que toda essa investigação decorre de uma busca de provas exploratória que possuía uma linha investigativa inventada por um PRF filiado ao partido do candidato derrotado Damiani.
É a própria Polícia Federal que afirma: o dinheiro apreendido com Nei Frâncio decorre de transações que remontam ao ano de 2019.
Portanto, tudo que se vê agora é uma vã tentativa de sustentar a natimorta Operação Rustius.
Rodrigo Cyrineu, advogado.