THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
O empresário cuiabano Andreson de Oliveira Gonçalves é um dos alvos da Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (24) contra um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
A operação resultou no afastamento de cinco desembargadores da Corte sul-mato-grossense. São eles: o presidente Sérgio Fernandes Martins, Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marco José de Brito Rodrigues.
Contra o empresário, foi cumprido mandado de busca e apreensão em cinco endereços diferentes. Um deles é sua casa no residencial Alphaville, em Cuiabá.
Andreson, que atua no ramo de transportes, também é investigado pela suspeita de ser lobista em um esquema de vendas de sentenças no Superior Tribunal de Justiça.
Ele teria atuado em conluio com o advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro do ano passado em Cuiabá.
A relação com Zampieri foi revelado em uma reportagem da revista Veja.
Conforme a publicação, os dois teriam se unido para “um negócio milionário”. Andreson é suspeito de captar clientes que tinham interesse em processos que tramitavam no STJ.
“O empresário usava sua rede de contatos em Brasília para manipular o resultado de julgamentos. O esquema, revelado por Veja há duas semanas, funcionou até dezembro do ano passado, quando Zampieri foi morto em Cuiabá”, diz a publicação.
Operação Ultima Ratio
Além de Cuiabá, os agentes cumprem outros 43 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça em Campo Grande (MS), Brasília (DF) e São Paulo (SP).
Segundo as investigações, o grupo é suspeito de lavagem de dinheiro, extorsão, falsificação e organização criminosa.
Os magistrados afastados também terão que usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de acessarem as dependências dos órgãos públicos e de se comunicarem com outras pessoas investigadas.
A operação é fruto de três anos de investigação da Polícia Federal.
O nome UltimaRatio faz referência a um princípio do Direito segundo o qual a Justiça é o último recurso do Poder Público para parar a criminalidade.