THAIZA ASSUNÇÃO – DA REDAÇÃO
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) classificou como “completo absurdo” uma questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com suposto ataques ao agronegócio.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (6), a Acrimat afirmou que o Governo Lula (PT) quer incutir na cabeça dos jovens “teorias esquerdistas” totalmente desvinculadas da realidade”.
“Muita gente se surpreendeu com as questões ideológicas na última prova do Enem deste último domingo (05). Um completo absurdo elaborar questões que não servem para avaliar conhecimento, mas sim para acusar, sem fundamento, toda a agropecuária nacional”, diz trecho da nota.
“Um desejo de incutir na cabeça dos jovens teorias esquerdistas totalmente desvinculadas da realidade, com textos desatualizados, comprovadamente falsos, já desmistificados por órgãos oficiais de pesquisa como Embrapa e NASA, provando que não há nenhuma alternativa correta para as questões colocadas, a não ser aquelas que os organizadores escolheram como a mais ofensiva , até porque não há nenhuma alternativa que não seja agressiva ao setor que alimenta o Brasil e grande parte do mundo, gerando empregos e desenvolvimento”, diz outro trecho.
A questão alerta para o “avanço da soja” na Amazônia, que seria responsável pelo desmatamento do bioma.
O enunciado da pergunta afirma que, “no Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio”.
Adiante, o texto diz que “de um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado”.
E segue: “Assim as águas, as sementes, os minerais, as terras tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a “pragatização” dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.
A resposta correta é a letra a): “cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida”.
Para a Acrimat, é “lamentável que o agro seja tão agredido por aqueles que deveriam, até por questão de honestidade moral e intelectual, elaborarem questões que avaliem somente conhecimento e não ideologia”.
“A Acrimat não concorda com esse tipo de abordagem ideológica patrocinada pelo Ministério da Educação (MEC) e se encontra à disposição para discutir esses temas somente à luz do embasamento científico e nos resultados de pesquisas sérias feitas por entidades como a Embrapa e referendadas por várias instituições mundo afora, inclusive a NASA”, finaliza a nota.