Onze pessoas foram presas em Mato Grosso durante a Operação Arnaque, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
As prisões ocorreram nos municípios de Sinop e União do Norte. Também foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nas duas cidades. A operação recebeu apoio do Gaeco de Mato Grosso. Não há informações sobre os alvos.
A “Arnaque” investiga crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e uso de documento falso.
Ao todo, a ação cumpriu 39 mandados de prisão preventiva e 51 mandados de busca e apreensão nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná e Piauí.
O trabalho investigativo identificou duas organizações criminosas lideradas por advogados responsáveis pela propositura de mais de 70 mil ações judiciais em todas as regiões do país, muitas delas consideradas temerárias pelo Poder Judiciário (praticamente todas as demandas partem da premissa de que empréstimos consignados são forjados).
As organizações criminosas, mediante série de ardis, obtêm procurações de idosos, deficientes e indígenas para, ao final, ajuizarem múltiplas demandas em nome deles contra instituições financeiras, terminando cerca de 10% dos casos com procedência; quando não são feitos acordos em massa com instituições financeiras.
As investigações revelaram que os crimes, apesar de explorarem pessoas em grave situação de pobreza e vulnerabilidade social, permitiram que líderes das organizações criminosas movimentassem cerca de R$ 190 milhões em menos de cinco anos de atividade.
Arnaque (tradução livre do francês: golpe) faz alusão aos métodos fraudulentos usados pelas organizações criminosas para enganar as vítimas.
