O governador Mauro Mendes (União Brasil) classificou como “sem cabimento” e “descolados da realidade” os pedidos de intervenção federal e militar feitos por parte dos manifestantes bolsonaristas, desde o último domingo (30).
Tão logo o resultado do segundo turno da eleição foi declarado, eleitores de todo o país passaram a fechar rodovias por não aceitarem a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A meu ver, não tem o menor cabimento. É uma manifestação que não tem âncora em nenhuma realidade, [não tem âncora] na verdade. É o desejo de algumas pessoas e eu lamento que elas estejam descoladas da realidade, da verdade e da legalidade”, disse Mendes.
As declarações foram dadas na tarde desta quinta-feira (3), durante uma solenidade no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Na ocasião, Mendes afirmou que respeita as manifestações, desde que elas não impeçam o direito de ir e vir das pessoas.
“Não pode exceder. Se você tira o direito dos outros para reivindicar o seu direito, que moral você tem? Eu não posso concordar e não concordo”, afirmou.
O governador ainda foi questionado sobre os motivos pelos quais não tomou medidas mais “enérgicas” diante dos bloqueios realizados em Mato Grosso.
“Tivemos compreensão no primeiro e segundo dia e, a partir daí, teve um limite. Hoje atuamos mais fortemente. No Trevo do Lagarto fizemos apreensões de vários equipamentos que lá estavam. E as pessoas, provavelmente, serão responsabilizadas pelo Ministério Público Federal”, afirmou.
“A ordem é: aqueles que não saírem até o fim do dia livremente, terão que ser retirados para garantir o direito da maioria”, emendou.
Por fim, o governador disse ter gostado do último pronunciamento feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), pedindo que os manifestantes não obstruam as rodovias.
“A declaração dele contribuiu fortemente para a desmobilização. E, já no início da noite, muitos desses bloqueis estavam sendo desmobilizados”.