Os criminosos presos escavando um túnel nas proximidades da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, na tarde desta terça-feira (13), tinham experiência em atividade garimpeira e escavações, segundo a Polícia Civil. Ao todo 12 pessoas foram presas, sendo 10 homens e duas mulheres.
Eles vieram do Piauí para a empreitada criminosa e trabalhava de forma isolado, sem sair da casa. Para isso, estocaram alimentos e água suficientes para o abastecimento.
As mulheres detidas, uma adolescente e uma adulta, eram responsáveis por fazer a alimentação do grupo e ajudar em outras atividades na residência.
De acordo com o delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), o grupo estava há 20 dias na residência, alugada em nome de um mestre de obras, cooptado por uma facção criminosa, responsável por organizar e coordenar a escavação do túnel.
A GCCO chegou à localização da casa, no Bairro Jardim Industriário 1, após a Polícia Civil receber uma informação pelo disque denúncia 197.
Equipes da unidade especializada se dirigiram ao local para averiguar a denúncia e surpreenderam o grupo.
Na residência estavam armazenados dezenas de sacos de areia e outros materiais retirados do túnel, que já tinha aproximadamente 30 metros escavados, conforme os próprios suspeitos informaram. Foram apreendidos materiais usados na escavação, como pás e picaretas, entre outras ferramentas, além de cestas básicas e reservatórios de água.
Investigação continua
Com a prisão dos 12 suspeitos, as investigações da GCCO seguem para apurar novas informações, como a participação direta e indireta de outras pessoas, e chegar aos responsáveis pela contratação da empreitada criminosa.
A Politec-MT esteve na casa fazendo a perícia e a Defesa Civil do Estado irá ao local nesta quarta-feira para fazer a segurança e fazer a medição do trecho escavado. Os policiais civis não entraram em todo o túnel, pois ainda não é possível estabelecer com exatidão a segurança do espaço escavado.
O delegado Vitor Hugo diz que diversas diligências serão realizadas ao longo dos próximos dias a fim de dirimir todas as dúvidas e esclarecer o crime.
“O objetivo da instauração do inquérito é sanar todas essas dúvidas e chegar à responsabilização dos envolvidos”, pontuou o delegado, destacando que a GCCO faz um trabalho contínuo e permanente de acompanhamento de grupos criminosos, especialmente em relação à região onde está instalada a PCE, maior unidade prisional do estado e que abriga inúmeros presos de alta periculosidade.
Os 12 suspeitos estão sendo ouvidos na GCCO. Os nove adultos serão autuados por integrar organização criminosa e posteriormente encaminhados para audiência de custódia em Cuiabá.
Em relação aos três adolescentes, foi lavrado um boletim circunstanciado de ocorrência por ato análogo ao crime dos adultos e o procedimento será encaminhado à Delegacia Especializada do Adolescente de Cuiabá, que dará sequência à apuração.