Thaiza Assunção – Da Redação
O Tribunal de Justiça negou recurso do Ministério Público Estadual (MPE) e manteve a soltura da adolescente que atirou e matou a amiga Isabele Ramos em julho de 2020, no Condomínio Alphaville, em Cuiabá.
A decisão foi dada durante sessão da Terceira Câmara Criminal na tarde desta quarta-feira (31). O processo corre em segredo de Justiça.
A adolescente foi solta no dia 8 de junho por decisão da própria Terceira Câmara Criminal.
Ela passou mais de um ano internada no Complexo Pomeri, em Cuiabá, após ser condenada a 3 anos de internação por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Os desembargadores da Terceira Câmara mudaram o entendimento sobre o caso, alterando o crime de homicídio doloso para culposo, quando não há intenção de matar e, com isso, determinaram a soltura da menor.
O caso
Isabele Ramos, então com 14 anos, morreu com um tiro no rosto dentro de um banheiro na casa da amiga.
A tragédia aconteceu quando o pai da atiradora, o empresário Marcelo Cestari, pediu que a filha guardasse uma arma que foi trazida pelo genro, de 17 anos, no quarto principal no andar de cima.
De acordo com a denúncia do MPE, no caminho, porém, a garota desviou e seguiu em direção ao banheiro de seu quarto, ainda carregando a arma. Lá, conforme a denúncia, ela encontrou Isabele, que acabou sendo atingida pelo disparo da arma.
A Politec apontou que a adolescente estava com a arma apontada para o rosto da vítima, entre 20 a 30 centímetros de distância, e a 1,44 m de altura.
Os pais da atiradora respondem um processo separado pelo caso.
Eles foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores.
O ex-namorado dela foi condenado a prestar seis meses de serviços comunitários por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo.