Empresária que se vestiu de “nega maluca” admite fantasia ofensiva: “não tinha dimensão”

A empresária Carolina Scheffer, do Grupo Scheffer, que atua no setor do agronegócio, afirmou que não tinha dimensão do significado de sua atitude, quando decidiu “se fantasiar” de “nega maluca” para ir a uma festa.

O episódio ocorreu no último final de semana, em Cuiabá.

Na ocasião, a empresária pintou o corpo todo de preto, usou peruca de cabelos crespos e batom vermelho.

A prática é conhecida como blackface – costume que começou com o intuito de ridicularizar pessoas pretas para entreter brancos – é considerada racista.

Fotos da festa de aniversário publicadas nas redes sociais viralizaram e a empresária passou a ser alvo de críticas.

“Lamento pelo uso de uma fantasia durante uma festa em Cuiabá. Não tinha a dimensão do seu significado, e agora compreendo ser ofensiva, mesmo sem qualquer intenção de gerar esse sentimento”, afirmou ela, por meio de nota.

O texto foi publicado nesta quarta-feira (24).

“Estou sensibilizada com a repercussão, e comprometo-me a estudar sobre o tema com a devida atenção e continuar buscando novos conhecimentos sobre um assunto tão relevante ao país”, acrescentou Carolina.

“Abominável”

Logo após a repercussão do caso, o coordenador de Juventude da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Refrano) em Mato Grosso, Vinicius Brasilino, classificou a atitude da empresária como “abominável”.

“Essa é Carolina Scheffer que se achou no direito de se pintar de preta enquanto o feminicídio mata majoritariamente as mulheres negras. Tem que ser denunciado. Se quiser fantasiar se fantasie de qualquer coisa, mas não se pinte de preto. Racistas não passarão”.

Segundo a fundadora do centro cultural Casas das Pretas, Antonieta Luisa Costa, o ato da empresária é reflexo de um País estruturado no racismo.

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