A médica Letícia Bortolini declarou, nesta quarta-feira (10), que vai recorrer da decisão que determinou que ela seja levada a júri popular pela morte do verdureiro Francisco Lucio Maia. Em vídeo publicado nas redes sociais, Letícia disse ser inocente e que o seu caso só ganhou repercussão pelo fato de ser médica e rica.
Letícia é acusada de atropelar e matar Francisco na noite do dia 14 de abril de 2018, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. Na ocasião, ela voltava de uma festa “open bar” com o marido. O Ministério Público Estadual (MPE) a denunciou por homicídio qualificado.
“O que eu fui envolvida foi um acidente de trânsito, que pode acontecer com qualquer pessoa às 7 da manhã, da noite, às 3 da manhã, ao meio-dia. Todo dia quem dirige está sujeito a um acidente de trânsito”, disse.
“Meu caso é diferente porque sou médica, porque sou rica, é diferente quando tem dinheiro. A gente é tratada diferente, porque existe uma briga, uma guerra entre rico e pobre nesse País”, acrescentou.
“Parece que quando pode pegar um rico e colocar na cadeia, todo mundo vence, todo mundo fica feliz, mas a gente tem direitos e os meus direitos estão sendo tolhidos desde o início, desde o dia do acidente”, afirmou.
A médica admitiu que voltava de uma festa quando ocorreu o caso, mas declarou que não ingeriu bebida alcoólica. Disse ainda que os laudos do processo apontam que era a vítima, na verdade, que estava embriagado.
“O senhor Francisco não estava na rua, ele entrou na rua no exato momento que meu carro passou. Ele também, provavelmente, não entrou porque quis. Caiu em cima do meu carro, porque ele estava completamente embriagado e isso foi comprovado, isso está nos autos. Não estou falando nenhuma mentira. Caiu na hora que eu passei. É um acidente”, afirmou.
Segundo Letícia, ela não parou para prestar socorro porque não viu o verdureiro.
“Eu ouvi o barulho, mas quando olhei para o lado, já tinha passado [o local do fato], e vi só o retrovisor caindo. Eu não vi uma pessoa”, disse.
“Como é que você vai imaginar que tem uma pessoa envolvida quando o barulho que você escuta é de um ferro e você vê o retrovisor caindo? Não vi [o verdureiro] e a minha atitude, naquele momento, não foi parar, foi ir até em casa para depois descobrir o que aconteceu e resolver”, afirmou.
“Isso não me torna bandida, isso não me torna assassina. Isso é uma decisão numa fração de segundos que a gente tem que tomar”, acrescentou.
Por fim, a médica disse que não há provas contra ela que tornam o acidente em homicídio qualificado e que vai continuar lutando para provar sua inocência.
“Vou continuar lutando pela minha liberdade porque sou inocente. Sou uma pessoa idônea, de caráter, que se envolveu em um acidente que qualquer pessoa pode se envolver a qualquer hora”, finalizou.
Veja o vídeo:
Thaiza Assunção – Da Redação
