A deputada federal Rosa Neide (PT) criticou o sistema adotado no Brasil de terceirização de serviços relacionados à Saúde no setor público. Em entrevista ao Jornal da CBN Cuiabá, nesta sexta-feira (29), a parlamentar apontou que o modelo é fruto de uma “manobra contábil”.
Segundo a petista, a terceirização na Saúde diminui a atuação do poder público. “Eu tenho discutido isso lá na Câmara, porque quando vejo que o Brasil para fazer uma manobra contábil criou na Saúde a possibilidade de terceirizar todos os contratos”, disparou.
Os apontamentos da deputada foram feitos após Rosa Neide ser questionada sobre as sucessivas operações que têm atingindo a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá e que renderam, inclusive, o afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Ao comentar sobre as terceirizações – que, em Cuiabá, são alvos de investigações da Polícia Federal -, a deputada afirmou que a participação de organizações sociais neste modelo abrem brechas para irregularidades.
“Essa manobra de organizações sociais abriu um canal para quem não tem compromisso com o que é público desviar dinheiro público. Então, o dinheiro publico ele é público e é do povo, não pode ser desviado de forma alguma”, acrescentou a petista.
Operações
Conforme noticiado pela reportagem, a última operação da Polícia Civil, denominada Cupincha, mirou esquemas ilícitos realizados na SMS da Capital e resultou na prisão do ex-secretário de Saúde, o administrador Célio Rodrigues.
Ele foi apontado como membro de uma organização criminosa que atuava na Saúde por meio de fraudes em contratos sem licitação.
Segundo a investigação, o dinheiro era desviado da SMS por meio do modelo de quarteirização e era lavado em empresas ligadas à organização criminosa.