Oncologista da Oncomed ressalta que descobrir a doença na fase inicial é o maior aliado para um tratamento eficaz.
O movimento Outubro Rosa é conhecido mundialmente como um mês marcado por ações relacionadas à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de mama. Um período todo dedicado a levar informações e promover a conscientização sobre a doença, assim como proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento. Estatísticas mostram que, quando descoberta em sua fase inicial, o câncer de mama tem 95% de chance de cura. Por isso, a principal mensagem da campanha é “quanto antes, melhor”.
Diversos fatores de risco estão associados ao aparecimento do câncer de mama. Alguns podem ser controlados, como alimentação saudável, consumo de bebida alcoólica, prática regular de atividade física e controle do peso. Estão relacionados ao que chamamos de prevenção primária. Contudo, existem alguns fatores de risco que não podemos controlar, como fatores hereditários e os associados ao ciclo reprodutivo da mulher, que fazem com que o câncer de mama não possa ser evitado.
“Consideramos, portanto, o diagnóstico precoce como uma forma de prevenção secundária. Quando eu faço o diagnóstico mais cedo, eu faço diagnóstico de tumores menores, tumores que não deram metástase ainda ou então tumores que a gente chama de in situ, que nem invasivos são”, explica a oncologista Cristina Guimarães Inocêncio, da Clínica Oncomed.
Ao detectar um tumor em fase inicial, o tratamento para combatê-lo se torna mais simples. “Nestes casos podemos fazer apenas a cirurgia, sem necessidade de quimioterapia, e a paciente fica curada. No entanto, quando o diagnóstico é tardio, a doença tem maior disseminação. Os tumores maiores podem ir até as axilas, por exemplo. Aí, podemos vir a precisar fazer uso de todos os tratamentos, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e, às vezes, imunoterapia, para tentar conseguir que essa paciente se cure”.
Além de aumentar em 95% as chances de cura, o diagnóstico precoce reduz drasticamente as sequelas, traumas e custos com o tratamento. Sem falar que a reinserção da paciente à sua rotina de trabalho e familiar ocorre em um período de tempo muito menor.
O autocuidado e exames de rotina
O câncer de mama costuma surgir de forma silenciosa, portanto, uma importante etapa do diagnóstico precoce é o autoexame. É essencial que essa prática de autocuidado faça parte da rotina de toda mulher. Uma ação simples que pode salvar vidas. Ao apalpar a mama, a mulher pode notar alguma diferença, como um pequeno caroço, rigidez, vermelhidão, mamilo retraído ou áreas mais escuras.
Mas o autoexame não basta. Ele é uma etapa importante do diagnóstico precoce, mas não a única. A partir dos 40 anos, toda mulher precisa realizar anualmente a mamografia. “Este exame permite realizar um diagnóstico até mais cedo do que o autoexame. O autoexame é importante porque é um exame que não tem custo e pode ser feito pela mulher a partir da sua primeira menstruação. A mamografia complementa o diagnóstico precoce porque ela consegue fazer o diagnóstico antes de eu apalpar o carocinho. Eu consigo ver calcificações e até mesmo tumores menores de um centímetro”, explica a oncologista.
Não adie sua consulta
Mesmo que a mulher esteja se sentindo bem, não encontre nada no autoexame e tenha uma rotina saudável, ela não deve deixar de fazer consultas e exames anualmente. “Na fase inicial da doença a mulher não vai sentir nada mesmo, não terá sintomas de cansaço, perda de peso, fraqueza, nada disso. Eu sempre faço questão de dizer: diagnóstico precoce é aquele onde você não sentiu nada e mesmo assim foi ao médico”, assegura Cristina.
Na avaliação da oncologista o “Outubro Rosa” existe para alertar justamente essas mulheres que “não sentem nada”. “Este mês é direcionado para você mulher que neste momento está lendo essa matéria, não sente nada e acha que pode deixar para depois a mamografia. É para você que está pensando em fazer os exames de rotina só no ano que vem. Não faça isso. Não adie. Não espere sentir alguma coisa para só depois procurar um médico. O diagnóstico precoce salva vidas”, finaliza a oncologista da Oncomed.