A exemplo do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o deputado Wilson Santos (PSDB) afirmou acreditar em um segundo turno da eleição presidencial sem a disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT).
“O Brasil é muito maior que Bolsonaro e Lula. Não podemos estar condenados a essas duas chapas. Há muito mais coisas além dos dois. Os dois já tiveram oportunidade de governar”, disse.
“Assim como eles têm boa aceitação nas pesquisas, também são líderes disparados – como jamais se viu – em rejeição. A sociedade está sinalizando que conhece os dois, comparou os dois, mas é possível sim a terceira via”, emendou.
As declarações foram dadas em entrevista à Rádio CBN Cuiabá, nesta semana.
Na avaliação do tucano, neste cenário, o governador Eduardo Leite – que é pré-candidato à presidência – figura como uma boa opção para a disputa em 2022.
“Ele tem um jeito diferente de atuar. Tem lá [no Rio Grande do Sul] mais de 50 deputados estaduais e quase todos apoiando suas reformas. Fez privatizações, saltou de R$ 130 milhões em investimentos nas rodovias estaduais gaúchas para R$ 1,3 bilhão. Colocou salários e fornecedores em dia. O Estado vive um novo momento”, argumentou.
“Fora da casinha”
Ainda durante a entrevista, o tucano teceu críticas à gestão Bolsonaro e disse que um de seus principais ministros, Paulo Guedes, que comanda a Economia, não conseguiu entregar resultados palpáveis.
Conforme Wilson, desde que o PSDB deixou o comando do País, em 2002, as “grandes reformas” necessárias ao Brasil não foram levadas adiante.
As críticas se estenderam também ao ex-presidente Lula.
“Bolsonaro está em outra narrativa. Os problemas reais… preço dos combustíveis, aumento de energia elétrica, desemprego batendo casa de 15 milhões, esses são os verdadeiros problemas que deveriam ter colocado na agenda. Mas, as reformas estruturantes foram abandonadas. O Lula teve p maior índice de popularidade, chegava a bater 80% de aprovação, mas não teve coragem de concluir reformas”, disse.
“Há 20 anos o Brasil está vivendo de colocar band-aid numa sangria desatada. Jair Bolsonaro está um pouco fora da casinha. O Guedes até agora não disse a que veio. Fala demais, mas os resultados entregues são pouquíssimos ou quase nenhum. Voltamos a dois dígitos de inflação”, emendou.
Por fim, o tucano disse que caberia ao presidente Bolsonaro, neste momento, “parar de arroubos e saber administrar as provocações”, ao invés de fechar o diálogo somente com aqueles que têm o “modelo mental” semelhante ao dele.